sábado, 24 de dezembro de 2016

Postagem especial de Natal - Fanfic MarkJin \o/


Olá pessoal! Como estão nessa véspera de natal? Como anda o fim de ano? Comigo está bem tranquilo, de boa hahaha (pelo menos por enquanto)






Hoje venho trazendo um presente de Natal para os shippers Markjin e claro, para quem quiser ler uma história romântica de Natal, mesmo não sendo shipper, pode se aventurar também! hahaha

Sem mais delongas, vamos ao que interessa! Começando pelos vídeos que eu fiz como presente de Natal! ^^






Aviso: Fanfic feita de fã para fãs, sem objetivo de violar ou denegrir a imagem dos artistas.

CHRISTMAS LOVE 

Na véspera de Natal, anjos são enviados a Terra para cumprir missões. Uns ajudam pessoas necessitadas a encontrar um lugar aconchegante para dormir e uma boa refeição, outros ajudam familiares a se reencontrarem depois de muitos anos, outros impedem que pessoas que se amam acabem se separando por mal entendidos... Milagres de Natal... Dentre eles, um anjo possui a missão desafiadora de fazer com que casais se apaixonem. Não é uma missão fácil, pois ele precisa cruzar as linhas do destino de duas pessoas que nunca se viram antes, tornando-as ligadas por um sentimento que podemos chamar de amor...

Seu nome era Park Jinyoung. Um novato nesse "cargo" de anjo cupido. Desajeitado, tirava os flocos de neve que insistiam em incomodá-lo caindo sobre seus cabelos negros e macios. Sua franja já estava toda bagunçada por que ele a sacudia de um lado para outro, irritado. Jinyoung e seu amigo Yugyeom caminhavam numa calçada das ruas de Gangnam, enrolados em seus casacos e cachecóis felpudos, com as mãos enfiadas nos bolsos, sofrendo pelo frio ao qual não estavam acostumados, já que viviam num lugar onde o clima era sempre agradável. 

-Odeio essa coisa gelada!- resmungou Jinyoung.

-É neve! Eles chamam isso de neve! Esqueceu? – Yugyeom o corrigiu.

-Não, não esqueci. É que “neve” é um nome bonito demais para essa coisa irritante!

-Ah, chame como quiser! Eu tenho que ir agora, minha missão é fazer com que um avô encontre seu netinho perdido na festa de Natal da igreja... Deseje-me sorte!

-Você não precisa de sorte, essa missão é muito fácil... Não quer trocar comigo? Você já foi cupido antes, não foi? Tem mais experiência do que eu! – Jinyoung coçou a cabeça em sinal de frustração. – Eu nunca fiz isso antes, é uma missão muito difícil! 

-Não é difícil realmente. Você só precisa montar um cenário romântico, e isso não é difícil já que é noite de véspera de Natal, certo?

-Mas eles nunca se viram antes!- Jinyoung tirou um papel do bolso e começou a ler o que estava escrito lá. – Mark Yi En Tuan e Lalisa Manoban devem se apaixonar na noite de véspera de Natal, mas eles nunca se viram antes. Mark é um rapaz de 23 anos, faz faculdade de economia, apesar de seu jeito nerd ele adora esportes radicais e artes marciais, principalmente taekwondo. Seu tipo ideal de garota é aquela que faça com que ele queira ficar perto dela. – Jinyoung estreitou os olhos e balançou a cabeça em descrença. – Que tipo de pessoa tem como tipo ideal uma garota que faça com que ele queira ficar perto dela? Isso é um tipo ideal? Aqui também diz que ele gosta de fazer rap. –Jinyoung virou o papel e continuou a ler no verso. – Lalisa, também conhecida como Lisa, é uma garota de 19 anos, faz faculdade de dança, adora hip hop e odeia ser chamada de frágil. 

-Gostei dela, parece durona. –interrompeu Yugyeom.

-Aqui também diz que ela gosta de artes marciais e o seu tipo ideal é um rapaz que seja gentil, mas que ao mesmo tempo tenha uma personalidade forte... hum... Acho que posso usar as artes marciais para aproximar os dois. 

-Na noite de véspera de Natal? Artes Marciais? Acho que isso não vai funcionar...

-Então o que você sugere?

-Por que está me pedindo ajuda? Eu acho que você já devia ter planejado isso há muito tempo, não é? Nós recebemos essas missões há três dias e você nem sequer decorou o perfil dos seus alvos!

-É claro que eu decorei!

-Então porque trouxe esse pedaço de papel escrito com você?

Jinyoung abaixou a cabeça.

-Se você quer mesmo saber, eu estava completamente fora dessa missão até ontem à noite! Mas aí resolveram me jogar aqui! Eu não tenho culpa se os administradores lá em cima cometem erros! E eu ainda estou em período de experiência! –Jinyoung sacudiu a franja mais uma vez. –Como eles podem ser tão irresponsáveis a ponto de me designar uma missão tão difícil se eu nunca nem sequer fiz nada parecido antes? Arrg!

Yugyeom suspirou em derrota. Jinyoung tinha sua parcela de razão, mas por que ele se depreciava tanto? A falta de confiança do amigo o deixava irritado.

-Apenas faça o seu melhor... Ah! E não se esqueça das regras!

-Eu sei, eu sei... –Jinyoung tomou fôlego e recitou. – Interferência direta só em último caso, os alvos não podem saber de maneira alguma que estou tentando aproximar os dois, os alvos não podem me ver ou saber minha verdadeira identidade, os alvos também não podem me ver utilizando meus poderes...

-E caso isso aconteça...

-Caso isso aconteça o fluxo do destino será mudado e minha missão falhará.

-E se a missão falhar...

-Se a missão falhar eu serei repreendido pelos meus superiores e rebaixado, mandado para outro setor chato sem trabalhos de campo. E caso aconteça algo ainda mais grave, poderei ser expulso e até severamente punido.

-Okay! Parece que você não esqueceu o que está em jogo! Boa sorte, vai precisar! – Yugyeom deixou escapar um sorrisinho de deboche e acenou enquanto apressava o passo, afastando-se gradualmente de seu amigo e indo em outra direção. –Até mais! 

-Ei! Espera! Seu traidor! Fique um pouco mais e me ajude! Egoísta! Você quer me ver trabalhando como zelador do paraíso, não é? Traidooooorr!

Jinyoung desistiu de chamar Yugyeom e apenas bagunçou o cabelo em sinal de frustração. Os flocos de neve se espalharam e ele se irritou ainda mais. 

-Arrrg! Eu odeio essa coisa gelada! 

O anjo se posicionou na frente da casa de Mark Tuan, esperando que o rapaz saísse de lá para que ele pudesse finalmente executar seu plano. Assoprava as mãos tentando esquentá-las. Lalisa estava no parque com as amigas, e Mark iria ao parque encontrar seus amigos. Jinyoung só precisava segui-los e fazer com que eles se esbarrassem no parque. Talvez Yugyeom tivesse razão, não era realmente difícil, o destino se encarregaria do resto. No entanto, enquanto esperava Mark sair de casa, Jinyoung percebeu que já tinha cometido um erro grave. Ele deveria ter seguido Lalisa e não Mark, por que Lalisa foi ao parque primeiro, e estando lá, o anjo teria mais tempo para preparar todos os artifícios que fariam os dois “pombinhos” se apaixonarem. 

-O que eu faço agora? Vou atrás da Lisa ou fico aqui esperando o Mark? –Jinyoung não sabia o que fazer. - Que falta me faz o Yugyeom agora...

Jinyoung arregalou os olhos quando viu um rapaz abrir a porta da entrada da casa e acenar para o lado de dentro se despedindo de sua mãe. Mark segurava as chaves do carro e apertou o botão para destravar o alarme. Entrou no automóvel e começou a dirigir. 

Jinyoung estalou os dedos e sumiu como fumaça, depois reapareceu dentro do carro de Mark, no banco do passageiro ao lado do rapaz. 

-Eu adoro fazer isso! – Disse ele, sorrindo. Mark não podia ouvi-lo nem vê-lo, pois Jinyoung estava utilizando seus poderes de anjo. 

Enquanto Mark dirigia, Jinyoung o encarava, tentando decifrá-lo.

-Uma garota que faça com que você queira ficar perto dela... hahahaha – o anjo debochou, rindo. 

Por algum motivo, era entediante falar sozinho, então ele preferiu ficar em silêncio. E talvez por que Mark fosse incrivelmente belo, o anjo não conseguia tirar os olhos dele. Jinyoung se aproximou um pouco mais para observá-lo de perto, passeando seus olhos penetrantes pelo cabelo castanho do rapaz, os fios brilhavam, a maneira como seus cabelos estavam penteados deixava sua testa à mostra, e os olhos de Jinyoung caminharam pela testa até chegar às sobrancelhas bem feitas de Mark, e depois até os olhos, e se detiveram no olhar concentrado do rapaz... Jinyoung ficou por alguns minutos observando esses olhos focados, como se estivesse perdido neles... Continuou o passeio pelo nariz, pelas bochechas e chegou até a boca... Foi então que o anjo percebeu que estava encarando Mark de um jeito estranho, então se afastou rapidamente e finalmente desviou o olhar para a janela, suspirando.

-Eu sou estranho... Por que eu fiquei olhando pra ele desse jeito? Eu sou muito estranho... 

Mark estacionou o carro, saiu batendo a porta e ligou o alarme. Jinyoung caminhou ao lado dele, sempre se policiando para não perder o foco, já que uma vez ou outra ele continuava a encarar o rapaz de um jeito estranho. 

Não demorou muito tempo até que Mark encontrasse seus amigos e Jinyoung avistasse Lisa e suas amigas não muito distantes dali. Agora era a hora de por seu plano em prática. O problema era que Jinyoung não tinha realmente um plano, pelo menos nada ainda definido. 

O anjo olhou ao redor, observando os detalhes, procurando algo que pudesse de alguma forma aproximar Lisa e Mark. 

-Um cenário romântico... Um cenário romântico... Um cenário romântico! –Jinyoung avistou uma pista de gelo à sua direita. –Pensa rápido Jinyoung, pensa rápido... 

Jinyoung avistou um homem segurando panfletos que promoviam a pista de gelo, então ele imediatamente utilizou seus poderes para criar uma ventania que, além de deixar as pessoas assustadas, também espalhou os panfletos para todos os lados, e fez com que alguns caíssem nas mãos dos amigos de Mark e outros caíssem perto de Lisa. 

-Que ventania estranha... –falou Mark, pensativo. –Nem parece uma coisa natural...

-Olha Mark, aqui tem uma pista de gelo! Por que não vamos nos divertir lá? Vai ser legal!

-Tudo bem, gosto de patinar no gelo! 

Parece que o plano de Jinyoung estava funcionando. Ele estreitou os olhos e avistou Lisa e suas amigas, indo em direção à pista de gelo também. 

-Yes! – Ele comemorou. –Yugeom, eu não preciso de você, seu traidor! Isso foi muito fácil! hehehe

Quando chegou à pista de gelo, Jinyoung apenas observou Mark, como ele calçava os patins de forma prática e, posteriormente, como ele era habilidoso patinando. As lâminas de seus patins riscavam o gelo suavemente, e sua postura era impecável, assim como seus braços se moviam lindamente. 

-UAU! – Ele apenas não conseguia conter sua admiração. 

Enquanto isso, Lisa lutava para se manter em pé do outro lado da pista. Jinyoung quase havia esquecido dela. 

-E agora? Como eu faço para que esses dois se esbarrem e se apaixonem? hum...

Já que não havia outro jeito por causa da distância e do alcance de seus poderes, Jinyoung adentrou a pista de gelo e foi se esgueirando até chegar perto de Lisa. 

-Eu acho que você precisa de um empurrãozinho... 

Infelizmente Jinyoung não podia usar seus poderes de anjo para empurrá-la diretamente, era contra as regras, então ele precisava fazer isso com suas próprias mãos. Lisa não poderia vê-lo nem ouvi-lo, ela só sentiria algo lhe controlando. 

Jinyoung respirou fundo e se preparou. “Lá vai”, disse ele, enquanto empurrava Lisa na direção de Mark. A garota sempre se desequilibrando e caindo, ficou confusa, achando que tinha sido empurrada por uma de suas amigas. Até que novamente veio um baque em suas costas, ela olhou para trás, mas não viu ninguém.

-Um fantasma do gelo? – Ela pensou, e teve um calafrio. 

Mark estava patinando mais perto e bastava apenas mais um empurrãozinho para que ele e Lisa se esbarrassem. Jinyoung respirou fundo mais uma vez e empurrou a garota, dessa vez com mais força. Lisa não conseguiu se equilibrar e acabou tombando, no entanto, ela tombou para o lado oposto ao que vinha Mark, e Mark, tendo bons reflexos, apenas desviou dela, e veio na direção de Jinyoung a toda velocidade, e este não pôde evitar a colisão. 

Os dois caíram sobre o gelo rígido. Jinyoung saiu rolando. Mark sentiu uma dor latejante em seu joelho, mas ainda se manteve alerta olhando para todos os lados buscando o motivo de sua queda.

-Tenho certeza que colidi com alguém... Mas quem?

O anjo, que ao estar na Terra também era capaz de sentir dor, apesar de ser imortal, segurava o seu braço ferido. 

-Droga... Meus poderes, preciso controlar os meus poderes... –Jinyoung falava para si mesmo, tentando manter-se invisível. No entanto, a dor estava fazendo com que ele perdesse o foco e seus poderes enfraqueceram. 

Antes que pudesse ser visto por Mark, o anjo se arrastou para fora da pista de gelo e finalmente pôde relaxar.

-Você está bem? – perguntou uma garotinha com um lindo vestidinho rosa felpudo.

-Estou sim, não se preocupe. –respondeu o anjo, ainda segurando o braço e tentando suportar a dor.

-Com quem você está falando? – perguntou uma jovem mulher, que parecia ser a mãe da menina. 

A criança apontou para o anjo, no entanto, ele já havia tornado-se invisível novamente. 

-Essa foi por pouco. -Jinyoung respirou aliviado. 

O anjo continuou tentando aproximar Lisa e Mark, mas todas as suas tentativas foram fracassadas. Seja na barraca de algodão-doce, ou na roda-gigante, ou no carrossel... Mark e Lisa sempre se cruzavam, mas nunca se esbarravam e nunca se olhavam... 

-Eu não aguento mais! O que há de errado com esses dois? Por que eles simplesmente não se olham e se apaixonam! –Jinyoung bufava de tanta impaciência e exaustão. –Desisto! DESISTO!

Mark e seus amigos estavam sentados ao redor de uma pequena mesa, esperando serem atendidos pela garçonete do pequeno trailer-lanchonete do parque de diversões. Lisa e suas amigas estavam do lado oposto, também esperando para serem atendidas. Jinyoung estava sentado num banquinho observando os dois, de vez em quando bagunçava o cabelo, algo que sempre fazia quando estava frustrado. 

-Okay... Acho que vou ter que interferir diretamente, não há outro jeito!

O anjo se esgueirou para trás de um brinquedo e estalou os dedos, tornando-se visível. Ninguém notou que ele havia aparecido do nada, apenas acharam que ele estava atrás do brinquedo e havia saído de lá. Jinyoung caminhou em direção ao trailer e falou com a atendente, uma senhora de meia idade, grandalhona e de aparência um pouco assustadora. 

-Olá! Será que você poderia... –Jinyoung foi interrompido antes que pudesse falar o que queria.

-Procure uma mesa vazia, sente-se e espere lá até que a garçonete vá atendê-lo! –falou a senhora de meia idade em tom rude.

-Por favor, é um assunto muito importante, uma grande história de amor está envolvida!

A mulher, que estava distraída amassando um pedaço de pão com uma espátula, levantou as sobrancelhas e encarou Jinyoung.

-história de amor?

-Sim! Uma grande história de amor!

Estranhamente, ao ouvir essas palavras, a mulher ficou interessada.

-Meu amigo ali... –Jinyoung apontou para Mark. –Está vendo aquele rapaz de cabelo castanho?

-Aquele bonitão?

-Sim, esse mesmo! Ele é meu amigo e está muito interessado naquela garota ali. –Jinyoung apontou para Lisa.

-A loira bonitona que parece uma boneca?

-sim, a loira bonitona! 

Jinyoung se aproximou um pouco mais da mulher e sussurrou:

-Meu amigo quer que você mande uma taça de Milk Shake pra ela e diga que foi ele que enviou! 

-Hum... – A mulher pareceu hesitante.

-ah!Vamos lá! É Natal! – insistiu Jinyoung, fazendo beicinho.

-Tudo bem. Mas vou fazer isso apenas por que é Natal e você é muito fofinho! –Ela sorriu para Jinyoung de um modo assustador. 

Apesar dos calafrios, Jinyoung tentou sorrir de volta, meio embaraçado.

O anjo cruzava os dedos e mantinha os olhos fechados, sussurrando para si mesmo: “dessa vez vai dar certo, dessa vez vai dar certo, dessa vez vai dar certo!”.

Uma jovem garçonete caminhou em direção à mesa de Lisa, carregando uma taça de Milk Shake. Ela pôs a taça em cima da mesa e conversou com a garota. Lisa parecia intrigada, e então a garçonete apontou para a mesa de Mark. 

Jinyoung já observava tudo escondido e com os olhos arregalados. Quando a garçonete apontou para a mesa de Mark, parecia que o jogo finalmente havia terminado, pois Lisa imediatamente olhou naquela direção. No entanto, ao desviar os olhos para a mesa de Mark, Jinyoung quase desmaiou de choque. Mark não estava lá. 

-DESGRAÇADO! ONDE ESTÁ VOCÊ? –Jinyoung bufou de raiva e chutou uma lata de lixo.

Ele saiu de seu esconderijo com os punhos cerrados, sua paciência já havia chegado ao limite.

-Onde você está Mark Tuan? Onde você está maldito Mark Tuan!

De repente Jinyoung colidiu com alguém. 

-Estava me procurando? 

O anjo arregalou os olhos e sua respiração quase parou. MERDA! Ele disse em pensamento. Por causa da raiva, Jinyoung havia esquecido completamente de ativar seus poderes de invisibilidade. 

-Você me conhece? –perguntou Mark.

Jinyoung se manteve calado e imóvel. O que eu digo? O que eu digo? Eu sou um idiota! Como eu pude esquecer de ativar meus poderes? Eu estou ferrado! Muito ferrado!

Mark observou Jinyoung com uma expressão de curiosidade. Desta vez, era ele quem tentava decifrar o anjo.

-Você está bem? Parece pálido... –Mark se aproximou do anjo e tentou tocar em sua testa, fazendo com que Jinyoung, por reflexo, afastasse a mão do rapaz com violência.

-Não me toque! 

Mark se assustou com a atitude feroz e repentina do anjo.

-Você parece um gato amuado... –Mark sorriu e insistiu num contato visual com Jinyoung. 

-Estou procurando outro Mark... – falou o anjo, desviando o olhar.

-E ele também se chama Mark Tuan? Porque foi isso o que eu ouvi, Mark Tuan! Não sabia que esse nome era tão comum... 

-Erg... Eu... Hum...

-Desde que saí de casa hoje, tenho uma sensação estranha de que alguém estava me seguindo... Poderia ser você?

Ao ouvir a pergunta, Jinyoung engasgou e começou a tossir, mas logo se recuperou e tentou se defender.

-Hã? Claro que não! – retrucou o anjo, no auge de seu desespero. Mark era inteligente demais e nunca acreditaria em qualquer desculpa que ele inventasse.

Mark estreitou os olhos e chegou mais perto. Jinyoung deu dois passos para trás, mas o rapaz não se deu por vencido e se aproximou novamente, perseguindo os olhos redondos do anjo, insistindo no contato visual.

-O que você está fazendo? – Jinyoung podia sentir a respiração do rapaz de tão próximo que ele estava.

-Tenho a sensação de que já o conheço... Seus olhos são familiares...

-Ei Mark! –Uma voz ao longe chamou a atenção do rapaz e Jinyoung suspirou de alívio, mas suas pernas continuavam bambas. Os amigos de Mark se aproximavam. As coisas poderiam ficar piores então Jinyoung decidiu fugir, no entanto, antes que ele pudesse fazer qualquer movimento, Mark o agarrou pelo pescoço, trazendo-o para perto de si.

-Quem é esse? – perguntou um de seus amigos, parecendo intrigado.

-Ah, esse é meu amigo... –Mark olhou para Jinyoung, que naquele momento parecia uma presa indefesa, tentando se desvencilhar de seu predador. – O nome dele é... Jinyoung!

O anjo encarou Mark com os olhos arregalados. Sentia-se petrificado. Como ele sabia? Como diabos ele sabia? O que estava acontecendo?

-Prazer em conhecê-lo Jinyoung! –falou um de seus amigos. –Mark... Você sumiu de repente! Nós precisamos resolver um mal entendido aqui!

-Hum? –Mark não estava entendendo o que seu amigo estava querendo dizer. Foi então que os outros amigos se aproximaram trazendo Lisa com eles. 

-Essa é Lisa. Ela me disse que a garçonete falou que você tinha enviado um milkshake para ela.

-Eu?-Mark encarou Lisa, incrédulo.

Jinyoung não sabia mais o que pensar. Lisa e Mark finalmente se encontraram, mas não havia nada de romântico nisso. Mark mantinha o anjo preso em seu braço, segurando firme seu ombro, e Jinyoung não tinha como fugir. E Lisa agora olhava para Mark como se ele fosse apenas um estranho com segundas intenções, e Mark olhava para Lisa como se ela fosse uma mentirosa. 

Por minha causa o curso das coisas mudou. O destino mudou. Lisa e Mark não podem se apaixonar mais. Pensou Jinyoung, percebendo o quanto ele estava ferrado.


....................


-Então... Qual o seu nome? – perguntou Mark, que havia se afastado dos outros para conversar mais à vontade com o anjo.

-Meu... Meu nome?-gaguejou Jinyoung, que não entendia o motivo da pergunta se Mark já sabia seu nome.

-Você se parece muito com meu amigo de infância que faleceu quando ainda éramos crianças... O nome dele era Jinyoung- explicou Mark, coçando a cabeça, meio encabulado. –Por isso eu o chamei assim... Desculpe se eu fui meio invasivo, mas é que você realmente se parece muito com ele... É estranho o que vou dizer agora, mas... Você apenas me faz ter vontade de ficar perto de você...

Ao ouvir estas palavras, Jinyoung corou. O que ele pensa que está dizendo? É algum tipo de declaração, por acaso?

Enquanto o anjo tentava organizar seus pensamentos, Mark o encarava, sempre focado em seu rosto redondo, seus olhos redondos, seus lábios... E quando chegou nos lábios, o rapaz desviou o olhar, apenas pensando que ele estava agindo estranho.

-Quantos anos você tem? –perguntou Mark, tentando esclarecer suas dúvidas e sanar suas suspeitas. –Quer dizer... É impossível que você seja o meu amigo falecido, mas... Quem sabe um irmão mais novo ou primo? Você ainda não me disse seu nome...

Jinyoung não conseguia mentir para aquele que o encarava de um jeito como se enxergasse sua verdadeira identidade. No entanto, se ele se revelasse, as coisas poderiam se tornar ainda mais caóticas.

-Sinto muito... Eu não posso dizer... –respondeu ele, com uma voz fraca.

-Tudo bem... Mas se você não vai me responder, então terá que sofrer as consequências! –retrucou Mark, com um sorrisinho diabólico. 

Jinyoung encarou o rapaz sem entender o que ele estava querendo fazer. De repente Mark o puxou pelo braço, arrastando-o em direção à saída do parque.

-Para onde estamos indo? –perguntou o anjo, tentando se desvencilhar das garras de Mark, mas o rapaz era bastante forte. 

-Não posso dizer...

-Solte-me! Eu não quero ir!

-Você não tem escolha, a não ser que me conte quem é você, eu não irei te soltar!

-E os seus amigos? Vai deixá-los aqui?

-Ligo pra eles depois e digo que aconteceu algo imprevisto e tive que voltar para casa mais cedo.

-E a Lisa? 

-Lisa? Quem é Lisa?-perguntou Mark, tentando puxar pela memória, pois sabia que já tinha ouvido esse nome. 

-A garota! A garota do Milk shake!

-Ahhh! Eu tinha esquecido completamente do nome dela hahaha –Mark sorriu encabulado.

-Como você pode esquecer o nome da sua... –Jinyoung percebeu que estava falando demais e tapou a própria boca antes que deixasse escapar algo que tornasse sua situação ainda mais problemática. 

-Hum? O que foi? O que ia falar? 

Jinyoung apenas abaixou a cabeça. Mark resolveu ignorá-lo e seguiu em frente, arrastando-o pelo braço. Pediu que ele entrasse em seu carro e os dois saíram estrada afora.

O anjo se sentia constrangido. Poucas horas atrás, ele estava dentro daquele carro, mas Mark não o via. No entanto, lá estava ele novamente, e agora Mark podia vê-lo.

-Onde você está me levando?-perguntou ele, espreitando pela janela do carro. 

-Para o nosso esconderijo. – Mark respondeu, e Jinyoung vislumbrou um sorrisinho no canto da boca do rapaz.

-O que você está tramando? Porque você está fazendo isso comigo? Nós nem nos conhecemos! 

-Isso é o que você diz! Mas tenho quase certeza de que você é ele! 

Jinyoung não entedia o que Mark estava insinuando. 

-Se você estiver planejando fazer algo estranho comigo, eu juro que vou...

-Hã? Você acha que eu vou atacar você? –Mark soltou uma gargalhada. –Não seja bobo, e, além disso, não é como se você fosse uma garotinha indefesa, você é mais alto do que eu!

-Mas você é bom em artes marciais e... –Jinyoung tapou a boca novamente. Merda, merda, merdaaaaa! Eu fiz de novo! Eu e minha boca grande! Estou ferrado!

-Viu? Você é ele! Você até sabe que eu gosto de artes marciais! –insistiu Mark, agora ainda mais confiante. 

Mark estacionou o carro e arrastou Jinyoung para um playground abandonado perto de uma casa na árvore.

-Eu me certifiquei de mantê-la sempre bem conservada. –falou o rapaz, apontando para a casa na árvore. –Vamos lá!

-Tem certeza que essas tábuas são seguras?-perguntou o anjo, antes de subir na escada de madeira ressecada.

Mark subiu sem o menor receio, e estendeu a mão para Jinyoung segurá-la. 

-Vem, eu te ajudo! 

O anjo apenas obedeceu às ordens do rapaz, a curiosidade de saber o que tinha lá dentro era maior do que o medo.

Ao entrar na casinha, Mark acendeu a lanterna do celular. Jinyoung ficou impressionado com o espaço. Era muito maior do que parecia por fora. 

-Naquela época nós a chamávamos de castelo mágico! Hoje ela parece muito menor porque crescemos, mas ainda desperta a mesma sensação! –disse Mark, enquanto abria as cortinas, deixando entrar a luz do luar. –Nós costumávamos fazer isso... –Mark pegou um pedaço de espelho quebrado e posicionou no chão da casa na árvore, a luz da lua refletiu no espelho direto para um objeto estranho que ficava no teto, e esse objeto refletiu a luz em várias direções, deixando a casa toda iluminada. 

-E quando não tem lua? – perguntou Jinyoung de modo espirituoso. 

-Usávamos lanternas ou lampiões. –respondeu o rapaz, sorrindo.

-É bonita... –Falou Jinyoung, ainda olhando cada detalhe do espaço interno da casinha. 

-Nós a construímos, e foi você que teve a ideia do espelho. –Mark olhou para Jinyoung e sua expressão mudou, se enchendo de tristeza.

-Você... Você deve estar me confundindo com alguém... -disse o anjo.

Mark puxou uma tábua da parede e revelou um pequeno espaço secreto, onde haviam alguns papeis guardados. 

-Olhe isso... -Mark estendeu um pedaço de papel para Jinyoung. Quando Jinyoung olhou com atenção, percebeu que não era um pedaço de papel qualquer, era uma foto antiga, meio amassada e amarelada.

Na foto havia dois garotos de aproximadamente 12 anos de idade. Um deles se parecia muito com Mark, e o outro se parecia muito com Jinyoung. Lado a lado, eles sorriam e olhavam um para o outro alegremente, ambos segurando um pedaço de espelho.

-Não pode ser eu... Como se eu não lembro de nada? -Jinyoung deixou seus pensamentos vagarem. Será que sou eu?

-Desde que você sofreu um acidente de carro com a sua família na noite de véspera de Natal, eu pedi para que tudo isso fosse um engano, que você estivesse vivo, e voltasse para mim na véspera de Natal, assim como você se foi... –disse Mark, e sua aura tornou-se fria e cheia de tristeza. – Talvez você tenha perdido suas memórias!

-Peço minhas sinceras desculpas, mas... Não sou eu... -insistiu o anjo. 

-Vem! Vou te ajudar a lembrar! 

Mark ignorou completamente as desculpas de Jinyoung e agarrou seu braço novamente. Os dois desceram da casa na árvore e foram brincar no playground.

-Nós costumávamos passar horas e horas nesses balanços! Conversávamos sobre tudo, sobre a nossa família, sobre o que queríamos ser quando crescer, sobre as estrelas, sobre... –Mark fez uma pausa quando se lembrou de algo.

Jinyoung sentou-se no balanço, no entanto, quando começou a se balançar, as correntes do brinquedo rangeram e ele parou, com medo de que elas se quebrassem. Mark sentou-se no balanço ao lado do anjo. 

-No dia antes de você ir viajar com a sua família na véspera de Natal, nós brigamos...

-Por quê? –perguntou Jinyoung, curioso.

Mark passou alguns segundos em silêncio, com a cabeça abaixada. Depois ergueu o olhar e encarou Jinyoung.

-Vamos para minha casa?- perguntou ele, mudando de assunto.

Jinyoung disse não, mas no final das contas, acabou indo. Havia um magnetismo entre ele e aquele rapaz, era inexplicável, algo que ele, como um anjo, poderia considerar sobrenatural. Estaríamos destinados? Ele pensou. Mas esse pensamento logo o fez caminhar rumo à triste realidade: Jinyoung não era humano, e quando nos relógios do mundo humano soasse a meia noite, ele teria de ir embora, de volta para o lugar onde ele vive desde que se lembra.

Quando chegaram à casa de Mark, a mãe do rapaz ficou muito surpresa ao olhar para o rosto do anjo. Ela também o achou muito parecido com o amigo de infância de seu filho. Jinyoung estava ficando intrigado com toda aquela situação e a cada minuto que passava ele queria ir mais fundo nessa história. Mark inventou que Jinyoung era primo de seu amigo falecido e sua mãe acabou acreditando. 

-Vamos, entre! –Mark abriu a porta de seu quarto e convidou Jinyoung a entrar.

O anjo olhou para o rapaz com um olhar de desconfiança.

-Eu não vou te morder! –zombou Mark.

Quando entrou no quarto, o anjo observou cada detalhe. Os pôsteres de jogadores de basquete na parede, os troféus de taekwondo na estante, os mangás espalhados na mesinha perto do notebook, os livros da faculdade empilhados num canto, a janela com cortinas abertas que deixava entrar a luz da lua cheia. 

-Você não me respondeu por que nós brigamos... –disse Jinyoung, retomando o assunto sorrateiramente.

-Então agora você acredita que é realmente o meu amigo falecido? –perguntou Mark.

-Não mude de assunto... Por que nós brigamos?-insistiu o anjo, encarando Mark.

-Por que você disse que dois homens não podiam fazer isso...

-Hum? Não podiam fazer o quê?

Mark fechou a porta do quarto e olhou nos olhos de Jinyoung por alguns demorados segundos, profundamente. Esse mero olhar fez com que o coração do anjo acelerasse como um louco. Mark aproximou-se lentamente, passo a passo, até que a distância entre os dois não passava de poucos centímetros. Jinyoung não conseguia se afastar, pois a atração entre eles era muito forte. 

-Isso... 

Mark mordeu os lábios e aproximou seu rosto cada vez mais ao rosto de Jinyoung, até que seus lábios finalmente se tocaram. Á medida que a pressão se tornava mais forte, Jinyoung sentia arrepios em todo o seu corpo. Seu coração estava à mil. As mãos de Mark passaram dos ombros do anjo até o pescoço, e depois uma delas desceu até a cintura. O anjo estava assustado e não conseguia se mover, mas o perfume de Mark e suas carícias eram tão viciantes, ele apenas queria continuar sentindo aquele aroma de perto, mais perto, mais perto...

Quando o anjo perdeu o controle e devolveu os beijos, Mark sorriu. Jinyoung agarrou o rapaz pelo pescoço e o beijou apaixonadamente, sem pensar nas consequências.

No entanto, quando já estavam quase sem fôlego, Jinyoung começou a se sentir tonto, e em meios aos beijos, lapsos de memórias apagadas surgiam em sua mente.

Dois garotos brincando numa casa na árvore... Dois garotos indo para escola juntos... Dois garotos brincando num balanço... Um beijo... Um deles saiu correndo... O outro gritou pelo nome do outro... Jinyoung!... Dois homens não devem fazer isso!... Um garoto entrando num carro com seus pais... Uma forte luz de farol de caminhão... Um acidente...

Jinyoung se assustou de repente e abriu os olhos, empurrando Mark para longe. 

-O que aconteceu? –perguntou Mark, que apesar do golpe, apenas caiu sentado em cima da sua própria cama.

-Eu lembrei... Eu lembrei de tudo... –disse Jinyoung ofegante.

O anjo sentou-se na cama ao lado de Mark. Estava em choque, perplexo. Passou alguns minutos em silêncio, com um olhar perdido, repassando tudo o que havia lembrado. Mark o chamava, mas ele não respondia. Então, quando finalmente conseguiu se acalmar, voltou a olhar para Mark.

-Eu sinto muito... –enquanto essas palavras saíam de sua boca num tom de voz fraco, seus olhos começavam a se encher de lágrimas. 

Mark não sabia o que fazer, nem muito menos o que perguntar naquele momento, apesar de ter muitas coisas que queria saber.

-Você... Você não...

Antes que pudesse continuar, o rapaz foi interrompido.

-Mark hyung... Eu senti tanto a sua falta... –Jinyoung falava entre os soluços de seu choro.

Jinyoung abraçou seu amigo. Um abraço muito apertado, cheio de saudade. Suas lágrimas caíam sobre os ombros de Mark, que o abraçava apertado também.

Quando finalmente cessaram o abraço, Mark tocou o rosto de Jinyoung e enxugou suas lágrimas. 

-Eu também senti sua falta... Muito! –ao dizer essas palavras, Mark se atreveu a beijar os lábios do anjo novamente. Um beijo curto, suave e gentil.

-Naquela época eu não entendia os meus sentimentos... Por isso eu disse aquilo e fugi... Eu não conseguia aceitar o fato de que eu te amava mais do que como amigo... –explicou o anjo.

Mark apenas balançou a cabeça como se quisesse dizer “você não precisa explicar nada” e o abraçou novamente.

-Como você está? Onde mora? O que aconteceu? Por que nunca mais entrou em contato comigo? –perguntou Mark, ansioso.

Jinyoung abaixou a cabeça.

-Só por hoje... Será que só por hoje você pode não me perguntar nada sobre onde eu estava e o que estava fazendo? –suplicou o anjo.

Mark assentiu com a cabeça e tocou no queixo de seu amigo, levantando-o e fazendo com que seus olhos se encontrassem com os dele. 

Só me resta uma hora. Daqui à uma hora, será meia noite no mundo dos humanos, e eu terei de ir embora, mesmo que não queira. Quando no relógio der meia noite, o Natal finalmente chegará e o tempo de cumprir minha missão estará esgotado, então a minha pequena estadia na Terra terminará também. Serei transportado de volta ao lugar ao qual pertenço agora. Pois sou um anjo, um anjo que um dia já foi humano, um anjo que já foi o melhor amigo dessa pessoa, muito mais do que melhor amigo, eu sempre o amei com todas as minhas forças. Eu não quero ir... Mas ainda assim preciso ir... Sou agradecido por terem me dado essa oportunidade de voltar e vê-lo novamente, mesmo que por uma noite... Espero que sejamos felizes.

Mark vivia apenas com sua mãe. Ele era filho único e seu pai havia falecido quando ele ainda era um bebê. Na véspera de Natal, os dois geralmente iam para a casa de outros parentes, no entanto, naquele ano, a mãe de Mark resolveu fazer uma pequena ceia apenas para os dois. Felizmente eles agora tinham um convidado especial, que poderia dividir esse momento com eles. 

Os três se sentaram à mesa, que estava bem farta e decorada. Peru, arroz com passas, pãezinhos, saladas e frutas. Jinyoung ficou impressionado, e elogiou a mãe de Mark. Eles comeram enquanto conversavam sobre as notas de Mark na faculdade, sobre a dificuldade de se fazer uma ceia de Natal sozinha, e sobre como o “primo” e o amigo de infância de Mark eram tão parecidos. Quando a mãe de Mark perguntava algo muito pessoal para o anjo, Mark imediatamente mudava de assunto, fazendo Jinyoung sorrir e olhar para ele dizendo em pensamento: muito obrigado por cuidar de mim. Foi uma ceia muito agradável. Jinyoung olhava para aquela família e se lembrava de seus pais, que também morreram no acidente. Onde eles estariam agora? Para onde teriam ido? No entanto, ele tentava afastar esses pensamentos e apenas desfrutar daquele momento bonito, junto de seu adorado amigo.

Jinyoung pediu para que ele e Mark se retirassem da mesa antes da meia noite. Agora só lhe restavam 20 minutos. 

Jinyoung ligou o pequeno aparelho de som portátil que estava na estante do quarto de Mark e naquele instante, começou a tocar Sing for you do EXO. O anjo pediu para que Mark e ele se deitassem na cama juntos. Frente a frente, deitados na cama, Jinyoung apenas contemplava o belo rosto de Mark, que sorria meio confuso, não sabendo muito bem por que Jinyoung estava olhando para ele daquele jeito. Jinyoung cantou Sing for you enquanto afagava o cabelo de Mark.

Eu te amo muito, mas meu orgulho nessas palavras

Não me permitem dize-las a você

Hoje vou juntar toda a minha coragem e te dizer

Então escute calmamente, eu vou cantar para você

O jeito que você chora, o jeito que sorri

O quanto isso significa para mim?

As palavras que queria dizer e que perdi a chance de dizer

as palavras que perdi a chance de dizer

Eu vou confessar, então escute

eu vou cantar para você, cantar para você

Sorria pelo menos uma vez

É uma coisa engraçada né? Para mim há apenas você

Mas às vezes não consigo dizer muito

como um estranho

Estou em seus braços

penteando seus cabelos com os meus dedos

Estou dizendo que quero ser abraçado

O jeito que você chora, o jeito que sorri

O quanto isso significa para mim?

As palavras que eu me arrependi quando olhei para trás

Eu vou me desculpar, então escute

eu vou cantar para você, cantar para você

Apenas haja como se nada tivesse acontecido


Mark abraçou Jinyoung. Manteve o anjo preso em seus braços por alguns segundos, em seguida beijou sua testa e depois seus lábios. Agora só lhe restavam mais 10 minutos.

-Se eu te contar um segredo, promete que não vai ficar bravo nem triste? –disse Jinyoung em tom de sussurro.

-Não precisa me contar, eu sei... 

O anjo ficou surpreso ao ouvir essas palavras de seu amado. 

-Naquela época, mesmo sabendo que eu ia morrer por dentro, eu fui ao seu velório... - disse Mark, enquanto as lágrimas começavam a brotar em seus olhos. – Eu pedia todos os dias para que um milagre acontecesse e você voltasse pra mim... Mas os anos se passaram e eu desisti, até que ontem, enquanto estava olhando para a lua cheia, eu pedi novamente... Pedi que trouxessem você de volta, nem que fosse por um dia... Por uma noite...

Sem perceber, Jinyoung também tinha lágrimas em seus olhos. Seus sentimentos eram confusos, um misto de felicidade e tristeza. Então Mark foi o responsável por Jinyoung estar ali. O desejo do rapaz foi tão forte e tão sincero que acabou se tornando realidade. 

-Eu te amo... –disse Jinyoung, olhando nos olhos de Mark.

-Eu também te amo, te amo muito. –disse Mark, com uma voz embargada.

Apenas cinco minutos lhe restavam. Jinyoung descansou a cabeça no peito de Mark, que beijou sua testa mais uma vez. Os dois ficaram abraçados pelos últimos minutos. O anjo olhou nos olhos do rapaz, bem de perto, e o beijou delicadamente nos lábios. 

-Eu preciso ir... –disse ele.

Mark suspirou em meio as suas lágrimas e apenas balançou a cabeça em consentimento. Jinyoung levantou-se da cama e ficou de costas para a janela do quarto. O luar o iluminava e um brilho reluzente contornava sua silhueta. Mark pôde finalmente enxergar as asas de luz do anjo. 

Jinyoung se despediu com um último beijo, e foi desaparecendo aos poucos como fumaça, em frente aos olhos de seu amado. Mark desabou em lágrimas após sua partida. 

Milagres de Natal existem. E esse milagre trouxe você de volta. Não importa que foi apenas por uma noite. Eu pedi com todas as minhas forças. Eu chorava todas as noites por você ter ido tão jovem. Não pudemos viver nossa história de amor, mas eu fico feliz em saber que você sentia o mesmo por mim. Eu fico feliz por ter te beijado hoje, por ter te abraçado, mesmo que apenas por uma noite. Sei que nossos corações sempre estarão juntos. Espero que um dia possamos renascer como humanos novamente e viver uma linda história de amor, uma história que por forças maiores não tivemos oportunidade de viver nesta vida. Eu te amo para sempre Park Jinyoung.

De seu amado, Mark Tuan. 



EPÍLOGO

Jinyoung e seu amigo Yugyeom conversavam, sentados num banco de uma praça não muito movimentada, cercada por árvores de folhas brancas com troncos rosados. Havia um prédio cinzento ao fundo. Um nevoeiro pairava sobre o lugar e ambos estavam vestindo ternos brancos.

-Então, o que eles disseram? Você foi punido? –perguntou Yugyeom, já esperando o pior.

Jinyoung apenas olhou para seu amigo e sorriu.

-Como eles poderiam me punir se foi tudo um plano deles?

-Achei que você tivesse inventado aquela história toda de reencontrar o seu amigo de infância e se lembrar da época em que você era humano... –debochou o rapaz.

Jinyoung o encarou e fez uma careta em desaprovação.

-Você é um idiota, sabia? Acha mesmo que eu ia inventar uma coisa tão séria?

-Eu apenas achei estranho... Você me disse que reencontrou seu amigo, mas não me disse o que vocês fizeram depois de se reencontrarem...

Jinyoung corou e imediatamente desviou o olhar, deixando Yugyeom ainda mais desconfiado.

-Nós... Nós apenas conversamos!-disse ele.

-Hum... Tudo bem, se você não quer me contar... –Yugyeom deixou escapar um sorrisinho malicioso. –Mas... E agora? As suas memórias, as memórias dele, vão ser apagadas?

-Não! Eles me disseram que Mark e eu vamos ficar com essas memórias! 

-Você não acha que é pior para ele? Não deve ser muito doloroso?

-Talvez... Mas... Foram os sentimentos dele que me levaram até a Terra novamente, para reencontrá-lo...

-Mas não é injusto? Apenas por uma noite?

Jinyoung sorriu, e Yugyeom não entendeu o motivo daquele sorriso, já que tudo finalmente estava acabado. O sorriso do anjo se tornou cada vez mais largo, até que ele finalmente falou.

-Eles me disseram... Eles me disseram que a partir de amanhã serei o novo anjo da guarda de Mark.

FIM 


E aí pessoal, o que acharam?
Eu penei um pouco pra escrever essa fanfic sabe, porque eu estava completamente sem inspiração e estava me forçando a escrever por que queria dar algo de presente de natal para vocês hahaha Mas depois a história acabou fluindo e eu me surpreendi com o rumo que ela tomou, acho que, sei lá, ela ganhou vida própria rsrs

Não acho que eu vá fazer continuação, até por que minhas aulas voltam depois desse recesso de natal e ano novo, e eu preciso me organizar agora (duvido que eu consiga, mas vou pelo menos tentar né kkkkkk). Se me der a louca, pode até ser que eu resolva fazer continuação, nunca se sabe o dia de amanhã, isso vai depender muito do meu humor, da minha disposição, da minha inspiração e vontade de escrever.

Então, por hoje é isso! 

Desejo a todos que estiverem passando por aqui um Feliz Natal e um próspero ano novo! 2017 está chegando e, sinceramente, eu não tenho muitas expectativas, a única coisa que eu quero é que não aconteça muita coisa ruim, só isso já está de bom tamanho. De qualquer forma, o que tiver de ser será...

Boas festas! Até mais! 






2 comentários:

  1. Muito obrigada por escrever isso! Perfeito! Me fez chorar, acredita??
    Parabéns por ter escrito essa historia m a r a v i l h o s a

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