sábado, 29 de setembro de 2012

Haibane Renmei (anime)



Konnichiwa gente boa!



Hoje é dia de resenha de anime! Yeah! rsrs




Título: Haibane Renmei
Autor: Abe Yoshitoshi
Gênero: Seinen, drama, mistério
N° de episódios: 13
Emissora de TV: Fuji Television
Direção: Tomokazu Tokoro
Estúdio: Radix
Período de emissão: 9 de Outubro de 2002 à 18 de Dezembro de 2002



Haibane Renmei é um anime marcante e aclamado pela crítica, porém não muito conhecido e composto por apenas 13 episódios. Talvez por ser extremamente suave, sem romance e sem batalhas, ele acabe sofrendo algum tipo de preconceito. Desta forma, ele não faz tanto sucesso quanto os animes de gêneros mais populares, como shonens e shoujos.

anginhos *-*

Já vi alguns comentários negativos sobre o anime, mas afirmo com toda certeza que Haibane Renmei é uma obra única, mística, cheia de originalidade e o principal, conseguiu me passar um sentimento que nenhum outro anime foi capaz de passar, uma sensação misteriosa e nostálgica, como se estivéssemos assistindo a um sonho, algo fora do mundo que conhecemos.

Haibane Renmei é uma obra do mesmo criador de Serial Experiments Lain, Abe Yoshitoshi. [Só para vocês ficarem sabendo, eu ainda não assisti Serial Experiments Lain, e não foi por falta de tentativa, pois já tentei vê-lo duas vezes. Porém, é um anime tão estranho que até para mim, que não sou uma pessoa muito normal (isso não foi uma coisa muito legal de se dizer rsrs), ficou difícil de ver e compreender a essência da obra. De qualquer forma, pode ser que um dia eu tente assisti-lo novamente].


Vamos ao que de fato interessa:

Tudo começa com uma plantinha brotando no chão de uma velha casa, e logo essa plantinha cresce e torna-se um casulo. Dentro dele está uma garota, e ela sonha que está “caindo”. Quando sai de dentro do casulo, a garota encontra várias outras meninas que possuem uma aparência peculiar. Elas têm pequenas asas de cor cinza e auréolas sobre suas cabeças (será que são anjos?). Essas meninas dão um nome para a nova garota: Rakka (que significa “cair”, pois o nome relaciona-se com o sonho que ela teve antes de nascer). 


Rakka sente dores nas costas e em pouco tempo suas asas começam a aparecer. Ela também recebe uma auréola como a das outras meninas. Rakka é uma delas, uma haibane... Mas o que são haibanes? Isso não se sabe.

Uma haibane recém chegada.

As haibanes vivem num casarão velho que fica numa cidade cercada por muralhas que elas não podem atravessar. Além disso, a cidade também é rodeada por muitos mistérios. Humanos normais também vivem lá, e as haibanes os servem em troca de roupas usadas e comida. Para elas, que correm o risco de morrer se tentarem atravessar as muralhas, é imprescindível viver em harmonia e acostumar-se a esse novo mundo.



Nessa cidade também habitam alguns seres encapuzados, aos quais as haibanes não podem dirigir-lhes a palavra (pois eles são como intermediários dos deuses). Esses encapuzados são os únicos que podem atravessar as muralhas. Além disso, toda haibane passa por uma espécie de transição, onde ela precisa alcançar um sentimento que levará sua alma para além da cidade. E quando esse dia chega, a haibane finalmente consegue atravessar a muralha sem se ferir.

Esses caras dão medo T-T

Rakka começa a conhecer os costumes do lugar (que a princípio parece ser apenas uma comunidade normal) e logo se apega à suas companheiras, principalmente uma garota mais velha chamada Reki. Reki é misteriosa e às vezes age como a matriarca das haibanes, apesar de ela ser tão inconsequente quanto as outras. Reki também esconde um segredo.

Linda Reki

Todas as haibanes precisam aprender a viver em comunidade, ajudando o próximo e sentindo-se felizes por realizar boas ações.

À medida que a trama vai se desenvolvendo, a atmosfera mística começa a tomar conta do espectador, e cada um de nós precisa tirar suas próprias conclusões a respeito de quem são as haibanes e por que elas estão vivendo numa cidade isolada do mundo.



Do meu ponto de vista (minhas conclusões), as haibanes são crianças que sofreram muito nas suas vidas passadas quando eram humanas e tiveram uma morte trágica. Sendo assim, elas acabaram renascendo num mundo isolado (que pode ser considerado como uma espécie de purgatório ou limbo) para conseguirem alcançar a verdadeira paz, se arrependerem de seus erros e superarem suas mágoas e culpas. 
Quando uma haibane alcança a paz, ela evolui espiritualmente e por isso consegue atravessar as muralhas da cidade (que simbolizam uma barreira espiritual). Desta forma, a haibane está pronta para renascer novamente (fiquei em dúvida sobre esse novo renascimento, o que elas poderiam se tornar? Humanas novamente? Ou quem sabe anjos de verdade?).



Confesso que em alguns momentos não consegui entender certas coisas, mas acho que isso faz parte do mistério que compõe a obra (e também pelo fato de ser baseada em uma série de doujins, que posteriormente foram selecionados para compor o anime).

A estética do anime é impressionante. As paisagens maravilhosas e os próprios personagens angelicais parecem fazer parte de uma bela pintura, uma verdadeira obra de arte. Sem falar na trilha sonora, que é composta por músicas extremamente relaxantes (isso aumenta ainda mais a atmosfera mística, como se fôssemos transportados para um mundo dos sonhos).

Adoro essa imagem, que arte maravilhosa!

Tudo em Haibane Renmei é pura magia. Porém, além disso, o anime também nos faz refletir sobre o verdadeiro significado da vida (pelo ponto de vista espiritual) e os arrependimentos que podemos ou não guardar dentro de nós. Será que podemos viver uma vida sem mágoas, rancores ou arrependimentos? 
Algumas pessoas culpam o próximo pela sua infelicidade, outras culpam a si mesmas. As pessoas que culpam a si mesmas acabam se punindo da pior forma possível, e isso é retratado na história de Reki. 
O mundo em que as haibanes vivem não é materialista, pois lá elas simplesmente trabalham para ganhar o pão, e ajudam-se mutuamente. Algumas religiões pregam que essa é a forma “certa” de se viver, ou seja, ajudando o próximo, livrando-se do materialismo e dedicando-se totalmente a um ser superior que rege o nosso destino. 
Haibane Renmei é uma obra baseada em um conjunto de crenças e simbologias, por isso ele pode parecer desgastante para quem não quer ter essas reflexões. A única coisa que posso aconselhar nesse sentido, é que se você pretende assistir esse anime, livre-se dos preconceitos religiosos (ou antirreligiosos) e prepare-se para adentrar num mundo diferente, que muitas vezes pode parecer o paraíso, e outras vezes, o purgatório.



Bom, pessoal, estamos chegando ao final dessa resenha. Espero que tenham gostado. E para terminar, postarei logo abaixo um vídeo com a abertura de Haibane Renmei:





Até mais!

obs.: A maioria das imagens são fanarts ou retiradas dos próprios doujins que compõe a obra.





quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Autumn in my heart (k-drama)


Como você quer renascer?


Oi pessoal, olha eu aqui de novo!

Hoje estou trazendo uma postagem muito especial. Trata-se da resenha de um drama sul-coreano chamado Autumn in my heart (também conhecido como Gaeul Dongwha, Endless Love 1 ou Autumn Tale ).

Desde já, vou avisando que esse drama é de deixar qualquer um deprimido de tanta tristeza, pois os protagonistas (e praticamente todos os personagens do drama) sofrem muito. Porém, mesmo assim, vale a pena conferir, pois é um romance muito bonito.






Título: Autumn in my heart (Gaeul Donghwa)
Gênero: Drama, romance
Escritor: Oh Soo-yeon
Diretor: Yoon Seok-ho
País de origem: Coreia do Sul
Principais do elenco: 
Song Seung-heon como Yoon Joon-suh
Song Hye-kyo como Yoon/Choi Eun-suh
Won Bin como Han Tae-seok
Han Chae-young como Choi/Yoon Shin-ae
Han Na-na como Shin Yoo-mi
Jung Dong-hwan como Yoon Kyo-soo 
Sun Woo Eun-sook como Lee Kyung-ha 
Kim Hae-sook como Kim Soon-im 
Kim Hyung-jong como Ji-han
Seo Yoon-jae como Kang-hee
Choi Woo-hyuk como Joon-suh (adolescente)
Moon Geun-young como Eun-suh (adolescente)
Lee Ae-jung como Shin-ae (adolescente)
N° de episódios: 16
Período de emissão: 18 de setembro de 2000 à 7 de novembro de 2000
Emissora de TV: KBS2



Autumn in my heart conta a história de uma garota chamada Eun Suh. Ela vive com seus pais e seu irmão mais velho. 

Eun Suh é uma garota muito alegre e cheia de vida.

Eun suh e seu irmão, que se chama Joon Suh, são muito unidos e estão sempre perto um do outro. Além de estudar na mesma escola, os dois sempre voltam juntos para casa de bicicleta. Guardam um sentimento muito especial entre eles.







A família de Eun Suh tem uma boa condição de vida (são ricos) e nela sempre prevalece o amor e a compreensão.

Um dia, Eun Suh sofre um acidente e acaba necessitando de uma transfusão de sangue. Os pais da garota procuram o médico para fazer a transfusão, porém, descobrem que nenhum dos dois tem o sangue compatível com o da filha. Sendo assim, o pai resolve investigar e acaba tendo uma surpresa infeliz: Sua filha foi trocada na maternidade.

Pai de Eun Suh
Mãe de Eun Suh

A partir daí, começa um terrível sofrimento. Os pais que criaram Eun Suh descobrem que sua filha biológica, Shin Ae, estuda na mesma escola que seus filhos, e que ela mora com uma mãe e um irmão mais velho que lhe obrigam a trabalhar, tendo uma condição de vida péssima (são pobres). 

Shin Ae, uma garota insuportável 

Na tentativa de “resgatar” sua verdadeira filha da vida sofrida que tem levado, os pais de Eun Suh resolvem pedir para criar as duas garotas. 

Shin Ae fica muito feliz ao saber que irá se livrar da pobreza (ela é uma garota invejosa e má), mas Eun Suh fica desolada ao saber que sua vida até aquele momento era uma mentira. A garota se sente como uma intrusa no meio da família que não lhe pertence, e por isso resolve procurar sua mãe biológica, que é uma mulher calejada pela vida e têm um temperamento forte (mas no fundo é uma boa pessoa).

Mãe biológica de Eun Suh

A família que criou Eun Suh resolve se mudar para os Estados Unidos com Shin Ae. Eun Suh acaba ficando para trás, vivendo na pobreza com sua verdadeira mãe e sendo agredida pelo irmão marginal. 

Eun Suh se despede de sua mãe de criação.

A garota resolve ficar ao lado de sua verdadeira mãe.

Antes de ir embora, Joon Suh, que ainda considera Eun Suh como sua querida irmã, se despede dela numa linda praia, onde os dois prometem que nunca irão esquecer um do outro.



Bom, antes de continuar com o resumo do dorama, vou explicar a verdadeira essência da obra:

No começo desse drama, vemos o pequeno joon Suh nos braços de seu pai na maternidade. Esse é o dia em que sua mãe deu a luz à sua irmãzinha (Shin Ae). Joon Suh entra por acidente no berçário e acaba trocando os papeis que identificam as duas recém-nascidas que estão lado a lado, por isso Eun Suh toma o lugar de Shin Ae. Apesar de Joon Suh ser o responsável por toda essa confusão, ele era apenas uma criança inocente e não sabia o que estava fazendo. Essa é a verdadeira essência da obra. A alma de Joon Suh precisava encontrar a alma de Eun Suh, pois há uma conexão muito forte entre elas. Dois seres que estavam destinados a viverem um sentimento intenso, verdadeiras almas gêmeas.

Joon Suh (tão fofinho!) e seu pai na maternidade.

Continuando com o resumo do drama:

Depois de alguns anos, a família volta dos Estados unidos, e Joon Suh, que já é um homem e está noivo, resolve procurar pela sua irmã. Percebe-se claramente que o sentimento que o rapaz sente por ela é mais do que amor de irmão.


Joon Suh adulto (Nossa! Como ele é lindo!)

Eun Suh adulta (Ela também é muito bonita!)

Tanto para Eun Suh como para Joon Suh, foi um verdadeiro martírio ficarem longe um do outro. Suas vidas se resumiram a esperar até que um dia pudessem se encontrar novamente.  Joon Suh ficou noivo de uma jovem chamada Yumi, porém, ele fez isso apenas por que de alguma forma ela lhe fazia lembrar-se de sua querida irmã perdida.

Yumi, a noiva sem graça de Joon Suh rsrs

Eun Suh começa a ser cortejada por Tae Suhk, que é o melhor amigo de Joon Suh (mas ela não sabe da relação dos dois), e justamente por isso, acaba reencontrando seu antigo irmão. Quando se reencontram, os dois não conseguem mais esconder o amor que sentem um pelo outro.

Tae Suhk, o cara que persegue Eun Suh rsrs

Sendo assim, agora sabemos que o drama não se trata de uma história de duas garotas que foram trocadas na maternidade, e sim de duas pessoas cujos destinos estão entrelaçados, duas pessoas que nasceram uma para outra, destinadas a viver um amor maior do que tudo, até mesmo maior que a morte.

Eun Suh e Joon Suh vivem um amor puro

É possível perceber em certos momentos a alusão que fazem às vidas passadas, reforçando ainda mais a teoria de que os dois são almas-gêmeas.



O que mais me impressionou nesse drama foi, sem dúvida, a conexão dos protagonistas. O sentimento que eles nos passam parece real, algo verdadeiramente puro e sincero. É impossível não acreditar que eles se amam de verdade. Além disso, o sofrimento do casal é capaz de comover qualquer pessoa.


Eles ficam maravilhosamente lindos juntos.

É muito mágico ver um casal tão lindo assim.

Apesar de não terem o mesmo sangue, Joon Suh e Eun Suh ainda são considerados como irmãos. Tae Suhk e Yumi fazem de tudo para mantê-los separados. Tae Suhk é um rapaz muito egoísta, e apesar de ter um bom coração, suas atitudes são bastante mesquinhas. Ele quer que Eun Suh se case com ele de qualquer maneira. Felizmente nos últimos episódios da trama, ele se mostra mais maduro e menos egoísta.  Yumi é completamente insuportável, e apesar de não ser uma pessoa má, ela é tão egoísta que até mesmo tenta se matar só para forçar Joon Suh a ficar ao lado dela. A meu ver, Tae Suhk e Yumi são duas pessoas sem nenhuma autoestima, duas pessoas que não tem amor próprio e por isso são dignas de pena. 

Joon Suh e Yumi, Eun Suh e Tae Suhk.

Os pais de Eun Suh e Joon Suh não aceitam de forma alguma que os dois fiquem juntos. Depois de admitirem que se amam, eles acabam sendo forçados a fugir para viver seu amor em paz.

Infelizmente a felicidade dura pouco. Joon Suh acaba se sentindo culpado pela tentativa de suicídio de Yumi e resolve deixar seu verdadeiro amor para ficar ao lado de sua ex-noiva. 

Pouco tempo depois, Eun Suh descobre que está com leucemia (doença que matou seu pai biológico), e que provavelmente não lhe resta muito tempo de vida.

Pobre Eun Suh, ela acredita que está sendo punida por ter se apaixonado pelo irmão.

Os últimos episódios são de doer o coração. Ver Eun Suh definhando por causa da doença é muito triste. Eun Suh e Joon Suh se amam de uma forma tão intensa e pura, mas não podem ficar juntos. É como se uma maldição assolasse o destino dos dois.

....Chorando.....Chorando....

O final do drama é trágico. Porém, de qualquer modo, já era de se esperar que fosse assim.


Na verdade (serei bem sincera agora), achava que o final seria bem mais dramático do que foi (Devem estar me achando louca, né? Um final mais dramático do que foi? Talvez isso seja impossível!). Mas de qualquer forma, gostei de ser surpreendida, pois não me passava pela cabeça que tudo fosse terminar do jeito que terminou.



Autumn in my heart é um ótimo k-drama, porém em alguns momentos o enredo não se desenvolve e fica um pouco repetitivo, pois eles acabam insistindo muito no sofrimento intenso dos personagens, e isso muitas vezes torna a trama “morna”. O elenco faz um ótimo trabalho e isso se sobressai à trama estancada.

Bom, pessoal, acho que isso é tudo o que eu poderia dizer. Espero que tenham gostado da minha humilde sinopse (eu insisto em chamar de sinopse, mas na verdade é um resumo bem detalhado rsrs), adorei escrever sobre esse dorama, pois é realmente uma linda obra (sem falar que eu sou obsecada por histórias de almas-gêmeas).

Esse foi o beijo mais sofrido que eu já vi, vai ficar guardado na minha memória.

E voltando à pergunta no começo dessa postagem (Como você quer renascer?), que esteve presente várias e várias vezes no drama, Eun suh respondeu que queria ser uma árvore. Se me fizessem essa mesma pergunta, eu diria que quero ser um pássaro, pois um pássaro pode voar livre o quanto quiser.

Até a próxima! Fui!



segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Meus Desenhos (Skip Beat)

Oi pessoal!
Quem já viu meus desenhos sabe o quanto eu adoro desenhar os personagens de Skip Beat, e é por isso que hoje vou postar mais alguns dos meus tesouros. Confiram:




Kyoko caracterizada de anjo para a gravação do videoclipe de Fuwa Sho




Fuwa Sho caracterizado de demônio para a gravação de seu videoclipe




Kyoko caracterizada de sua personagem Natsu




Ren trabalhando como modelo (Esse é o meu desenho preferido)



Bom, por hoje é só, mas fiquem atentos às novas postagens, pois estou preparando uma sinopse de dorama.

Até mais!




sábado, 22 de setembro de 2012

A parede de cristal (capítulo 8)


Oi pessoal! 
Já faz um tempinho que eu não posto um capítulo novo da minha historinha!
Pois hoje irei postar o capítulo 8, desfrutem!




Capítulo 8 – Defesa



Alan apertava os botões do pequeno controle remoto e imediatamente as cápsulas voavam por cima das árvores em direção à nave Exception. Alguns segundos depois, outras duas cápsulas também passaram sobre suas cabeças e voaram em direção à nave. Eram brancas, com um brasão que simbolizava a União Continental das Nações Sobreviventes (UCNS - criada depois da tragédia de 2012), também havia uma listra dourada com o nome “Smart City” gravado em letras vermelhas e o logotipo da agência. 

-Temos que ir! –falou Alan, puxando o braço de Sheldon, que ainda estava com muita raiva. 

-ELA É SÓ UMA GAROTA! ACHA QUE EU NÃO SEI O QUE VOCÊS VÃO FAZER COM ELA QUANDO CHEGARMOS À TERRA?-rosnou Sheldon, cravando seus sapatos prateados no solo úmido de Babylon. 

-Não se intrometa em assuntos que não são da sua conta! VAMOS!-praguejou Alan, apertando o braço do soldado e amassando a manga de seu uniforme. 

-NÃO SAIREI DAQUI ATÉ VOCÊ SOLTÁ-LA! -insistiu Sheldon, desvencilhando-se do cientista com toda a sua fúria. 

-Então você morrerá! Esqueceu-se da bomba? -retrucou Alan, fazendo Sheldon empalidecer e arregalar os olhos. –Tenho certeza de que você não esqueceu que o seu maravilhoso chefe, Wolf Callender, só está aqui para assegurar-se de que vamos plantar a bomba nuclear para destruir esse planeta desgraçado! 

Sheldon abaixou a cabeça e fixou o olhar numa pequena planta que seus sapatos grandes acabaram de esmagar. 

-Mas... Não é possível que depois de vê-los, o general ainda queira matá-los! -argumentou Sheldon, atordoado, pensando no rosto do babilônio que se parecia com seu avô. 

-Você é um tolo! Como pode dizer isso, não o viu atirando? Todos os soldados estavam atirando e matando! Menos você, seu covarde! – retrucou Alan novamente, apontando seu dedo na direção do soldado, como se quisesse mostrar que ele era culpado por não atirar nos babilônios como todos os outros estavam fazendo. 

-Covarde? Vocês matam pessoas inocentes que não tiveram a mínima chance para se defender e eu é que sou o covarde? 

-Essa é a última chance de você vir comigo, e se não vier, ficará aqui e morrerá junto com eles! –grasnou Alan, encarando Sheldon com uma expressão muito séria e decidida. –Eles destruíram metade da raça humana! Ainda acha que são tão inocentes assim? 

Sheldon ficou calado, como se não conseguisse mais argumentar com seu parceiro. Depois de alguns segundos, soltou um suspiro e finalmente resolveu ceder. Alan o acompanhou e os dois andaram em direção à nave, enquanto os outros soldados e cientistas começaram a fazer o mesmo. 
Para chegar até Exception, era preciso atravessar a mata fechada. Wolf Callender permanecia parado e observava o topo da montanha através de um pequeno binóculo. Uma luz forte surgiu dentro da cabana e espalhou-se para o alto, atravessando o teto vermelho como uma espécie de sinalizador. O clarão focalizado atingiu o céu, que por sua vez, estáva de uma cor amarelo-queimado por causa do pôr do Sino (Sino é a estrela ao qual o planeta Babylon pertence, assim como a Terra faz parte do sistema solar). Wolf se admirou com o clarão, mas logo em seguida percebeu o que de fato tinha acabado de acontecer, então se desesperou. Pediu para que os soldados voltassem imediatamente para dentro de Exception. 

Alguns dos soldados avistaram extraterrestres saindo da cabana, e ao contrário daqueles que estavam no círculo e acabaram sendo mortos, suas roupas eram de couro, e todos carregavam um bumerangue de pontas afiadas preso na cintura por um cinto feito de algas brilhantes. Eles locomoviam-se pelo céu, e faziam isso rapidamente através de asas que pareciam ser construídas de algo parecido com bambu e pele de animal. 

-Mais o que diabos é aquilo? –perguntou Horácio, de olhos arregalados, olhando para os babilônios pairando no ar e aproximando-se cada vez mais do campo aberto onde os soldados ainda se encontravam. 

-Não sei! Mas estão vindo atrás de nós! CORRAM!-gritou Scott, enquanto soldados e cientistas se misturavam, todos desesperados para salvar suas vidas. 

Wolf Callender tentou, com sua arma, derrubar os extraterrestres voadores. Alguns soldados fizeram o mesmo, já outros foram dominados pelo medo e correram para chegar em Exception o mais rápido possível. 

De repente, ouve-se um barulho de lâmina. Um dos extraterrestres atira o bumerangue que atinge um soldado, deixando-lhe um corte profundo nas costas. Outros começam a serem atingidos também, até mesmo os cientistas que foram abandonados pelos seus parceiros. 
Os bumerangues eram certeiros e atingiam as partes mais vulneráveis do corpo. 

Os exploradores correram em direção à praia, e não faltava muito para conseguirem alcançar a nave. Porém, alguns dos soldados estavam muito feridos e não conseguiram ir adiante, ficando para trás. Os extraterrestres eram  muito rápidos e esquivavam-se das balas que tentavam atingi-los. Wolf desiste de atacar quando é atingido por um bumerangue no ombro esquerdo. Acaba resolvendo fugir também. 

Horácio e Scott correm desnorteados pela mata. Os dois são perseguidos por um babilônio. Enquanto seus passos largos deslizam pelo mato que cobre o solo do planeta, o extraterrestre sobrevoa por cima de suas cabeças. Horácio acaba sendo atingido por um bumerangue e cai inconsciente. 

-HORÁCIO! VOCÊ ESTÁ BEM? HORÁCIO? -gritou Scott, desesperado, tentando reanimar seu parceiro, que permaneceu caído no chão. 

-Cof! Cof! Cof! 

O soldado mexicano começa a tossir e engasgar. O ferimento no peito é muito profundo e ele está perdendo uma grande quantidade de sangue. Aos poucos, sua respiração vai diminuindo até parar por completo. 

-OH NÃO! HORÁCIO! ALGUÉM ME AJUDE, POR FAVOR!-gritou Scott, porém todos os outros estavam fugindo e nenhum teve coragem de voltar para socorrer seus companheiros. 

Sheldon e Alan continuavam correndo. O soldado escutou o pedido de ajuda de Scott.

-Ouviu isso? –perguntou Sheldon, ofegante. 

-Ouvi, mas não podemos voltar! Se fizermos isso, iremos morrer!-falou Alan, com a respiração muito forçada. 

Sheldon para de correr e olha para trás. 

-Mas... 

-Não podemos ajudá-los! Temos que voltar à nave! –praguejou Alan, também parando de correr e voltando-se para o soldado, que estava tentando escutar de que direção os gritos de Scott vinham. 

-Não podemos deixá-los aqui! Ainda podemos salvá-los! - suplicou Sheldon, começando a correr na direção oposta e sendo impedido imediatamente por Alan, que agarrou seu braço novamente. 

-NÃO PODE IR! Viu aquela luz nas montanhas? Provavelmente foi um sinal para chamar reforços! Logo chegarão centenas de babilônios aqui, seremos completamente dizimados!-argumentou Alan, apertando o braço de Sheldon com força. 

Repentinamente, ouve-se um barulho acima de suas cabeças e galhos de árvores começam a cair. Um babilônio se aproxima dos dois. Suas asas de bambu moviam-se para cima e para baixo, e dava pra notar que no canto inferior delas, próximo às costas do extraterrestre, existia um pequeno motor que a fazia funcionar. 
O babilônio jogou o bumerangue na direção de Alan. Para proteger o cientista, Sheldon se meteu em sua frente e acabou sendo atingido no lugar dele, ao mesmo tempo em que conseguiu dar um tiro certeiro no pequeno motor do bumerangue. Antes do barulho ensurdecedor, Alan e Sheldon se jogam no chão. O motor trava e o extraterrestre começa a cair, até que suas asas atingem um dos galhos de uma árvore que acaba causando uma explosão. 

-Droga, Sheldon, você está bem? –perguntou Alan, segurando Sheldon no chão. 

-Merda! Minhas costelas! Que dor! –disse Sheldon com uma voz rasgada, levando uma das mãos às costelas e sentindo uma dor insuportável. 

-Precisamos estancar o sangramento, por sorte a ponta do bumerangue atingiu o osso da costela, se tivesse perfurado o pulmão, você estaria morto agora! 

-Me ajude a levantar! 

-Acha que consegue andar nessas condições? 

-Consigo! Temos que sair daqui, você tinha razão, se ficarmos, vamos morrer! 

Alan ajuda Sheldon a se levantar e lhe oferece apoio para continuar se locomovendo. Sheldon segura o seu ferimento com uma das mãos e com a outra se apoia em seu companheiro. Os dois voltam a correr em direção à praia. 

-Desculpe... Estou atrasando você... – falou Sheldon, apoiando-se nos ombros de Alan. 

-Não se preocupe, afinal, foi você que salvou a minha vida primeiro! Estou te devendo uma! – disse Alan, esforçando-se para conseguir sustentar o peso de seu amigo. 

Enquanto corriam desengonçados, Alan e Sheldon escutaram gritos e barulhos de lâmina, mas desta vez não pararam, simplesmente ignoraram os sons de sofrimento e continuaram a correr. Até que finalmente chegaram à praia. Ao enxergar a nave, Alan deixa transparecer um sorriso contido e Sheldon suspira de alívio. 

-Olha ali! –gritou Alan, avistando um homem mancando em direção à Exception. –É Scott! 

Scott se aproximou dos dois. Estava com a roupa toda ensanguentada, mas pelo que tudo indicava o sangue não era dele. 

-Onde está Horácio?-perguntou Sheldon, olhando angustiado para o homem coberto de sangue. 

Scott, ofegante, se abaixou e pôs as mãos nos joelhos. Começou a chorar. 

-Está morto... Não pude salvá-lo! Ele foi ferido bem no coração! –soluçou o cientista, deixando as lágrimas escorrerem pela sua face. 

-E Krzystof? –interrogou o soldado, preocupado. 

-Quem é Krzystof? Sinto muito, não o conheço!-respondeu Scott, com uma voz trêmula de choro. 

-Conhece sim! Ele estava acompanhado de um cientista chamado Carl! –retrucou Sheldon, mostrando-se ainda mais preocupado. 

-Sim... Eu lembro agora, é um soldado russo, não é? 

-Isso mesmo! Sabe onde ele está? 

-Desculpe, depois que Horácio e eu fomos atacados pelo babilônio, não consegui enxergar mais ninguém... Quando Horácio parou de respirar, eu gritei por ajuda e ninguém respondeu, por isso eu simplesmente comecei a correr para tentar salvar minha vida... Achei até que Exception já tinha ido embora! 

-Sinto muito, nós ouvimos seu pedido de ajuda, mas não pudemos fazer nada! Também fomos atacados, Sheldon salvou minha vida! –falou Alan, sentindo-se culpado. 

-Horácio também salvou a minha... –retrucou Scott, com uma expressão séria e revoltada. 

-Droga! Será que Krzystof está morto? 

-Não sei... –respondeu Scott, num tom de voz muito amargo. Suas mãos ensanguentadas enxugavam os olhos lacrimejantes. 

-O que é aquilo? –perguntou Alan, avistando destroços de alguma coisa em chamas. 

-Oh meu Deus! É uma cápsula! –falou Sheldon de modo alarmante. 

Scott continuou andando em direção à nave e deixou seus companheiros para trás. Sheldon e Alan tentaram chegar mais perto da cápsula que ainda estava se incendiando. Próximos dela estavam dois bumerangues quebrados. 

-Eles... Foram eles que derrubaram... –falou Alan com uma voz rouca. 

-Mas... Não pode ser, tinha um babilônio dentro dela, como eles puderam fazer isso sabendo que machucariam seu semelhante?-pergunta Sheldon, indignado. 

-Talvez eles apenas quisessem libertá-lo... Mas pelo visto não deu certo - respondeu Alan, com os olhos fixos no que restava da cápsula voadora, o fogo consumia as partes mais frágeis, enquanto o metal permanecia intacto. O babilônio se encontrava dentro da cápsula, morto e quase irreconhecível por causa das queimaduras. 

-Olhe ali! –exclamou Sheldon, apontando na direção da praia, já perto de Exception. 

-Não acredito! É outra cápsula! –falou Alan, correndo em direção aos destroços da segunda cápsula. 

A princípio, Sheldon não queria se aproximar, pois havia grandes chances de essa ser a cápsula onde a garota que ele salvou estava aprisionada. 

-Não seja a garota, não seja a garota, não seja a garota... –repetia Sheldon em pensamento. 

Quando chegaram ao local dos destroços, um babilônio macho estava dentro da cápsula, assim como o primeiro, morto. Sheldon, apesar de triste, não conseguiu evitar um suspiro de alívio. 

-Tivemos sorte, parece que a garota e o rapaz que capturamos conseguiram entrar em Exception! –falou Alan, mais uma vez olhando para a cápsula totalmente destruída. 

Sheldon desviou o olhar por poucos segundos e avistou algo. 

-Temos que ir, olha só aquilo! –alarmou o rapaz, apontando para o céu e vendo uma quantidade enorme de pequenas máquinas voadoras semelhantes à helicópteros, ainda muito distantes, porém se aproximando em alta velocidade. 

Os dois correram e subiram as escadas da nave. Para a surpresa de ambos, quando entraram, estava um grande alvoroço dentro de Exception. Muitos cientistas discutiam entre si, falavam sobre “erro fatal” e “não completaram a missão”, alguns soldados também se envolviam na discussão, e por isso acabavam sendo destratados pelos cientistas. Para revidar, um dos soldados resolveu usar violência física e agrediu um dos cientistas com um soco no estômago. Uma briga coletiva entre soldados e cientistas se instalou dentro da nave. 

Wolf Callender entrou em Exception logo depois de Sheldon e Alan. Ficou chocado com toda aquela confusão. 

-PAREM COM ISSO AGORA! –gritou Callender, com uma voz assustadora. 

Todos pararam de brigar e ficaram boquiabertos. 

-Acabei de saber que o sistema de acionamento da bomba foi comprometido... Grell, isso é verdade?-perguntou Wolf. 

-Sim, infelizmente a equipe encarregada de implantar a bomba foi atacada por aqueles babilônios com asas! –respondeu Grell, encarando Peter de uma forma rude, pois ele era o cientista responsável pela operação da bomba nuclear. 

-E não podemos fazer nada para consertar isso?-perguntou Callender, com os olhos vermelhos de fúria. 

-Eles estão vindo! Precisamos partir imediatamente! –retrucou Mozart, assustado. 

-ENTÃO QUER DIZER QUE TODO NOSSO ESFORÇO FOI EM VÃO? TODA A NOSSA DEDICAÇÃO E TODAS AS BAIXAS QUE TIVEMOS HOJE FOI TUDO PARA NADA? EU NÃO ADMITO! VOCÊS VÃO VOLTAR LÁ E CONSERTAR AQUELA PORCARIA DE BOMBA! – grasnou Callender, deixando todos de olhos arregalados. 

-Não podemos... Se fizermos isso vamos morrer! –falou Scott. 

-NÃO ME IMPORTA! VOCÊS VÃO VOLTAR, EU ESTOU MANDANDO! –gritou Wolf, parecendo fora de si. 

Todos permaneceram parados. Wolf encarava cada um com um olhar fumegante, como se dissesse que se não fizessem o que ele queria, estariam jurados de morte. 

-NÃO VÃO ME OBEDECER? É ISSO?- Wolf levantou a arma e pôs o dedo no gatilho. 

Em uma fração de segundo, antes que o general pudesse atirar em qualquer tripulante, ele arregalou os olhos e depois caiu desmaiado no chão. Atrás dele estava Hiroshi, segurando uma injeção de sonífero, que acabara de injetar em seu pescoço. 

-Desculpe general, mas tive que fazer isso... –disse Hiroshi. -VAMOS! LIGUEM OS MOTORES! Se não sairmos daqui agora vamos morrer em cerca 45 segundos! –completou o jovem asiático, deixando todos boquiabertos com sua atitude. 

A nave finalmente começa a mover-se. Deixou o solo de Babylon e rapidamente alcançou à atmosfera. Todos os sistemas são novamente ativados. Um buraco negro é criado pelos cientistas através da colisão de partículas de Hádrons e Exception é arrastada para o seu interior, sumindo em poucos segundos. 

-Será que eles vão nos seguir? –perguntou Scott, com uma voz embargada. 

-Não se eu puder evitar! –respondeu Peter, demonstrando um olhar confiante. 

-O que vai fazer?- perguntou Sheldon, observando o cientista digitar uma série de códigos num grande painel controlado por um computador. 

-Vou atrasá-los com o plano B! –respondeu o jovem cientista, olhando fixamente para a tela do grande monitor. 

-Plano B? Que plano é esse? –perguntou Sheldon, encarando Hiroshi, que havia se aproximado depois de deixar o General Wolf inconsciente. 

-O plano A era destruir Babylon totalmente com 17 bombas nucleares implantadas em pontos estratégicos do planeta. Infelizmente o sistema de acionamento das bombas foi danificado e não pudemos voltar atrás para consertá-lo devido aos ataques iminentes. Mas felizmente existe um plano B! – disse Peter, ainda com seu olhar confiante e um sorriso no canto da boca. 

-E que diabos de plano é esse? Para de enrolar! –pressionou Sheldon, já ficando impaciente. 

-Ainda temos a chance de devastar um terço do planeta Babylon! –respondeu Peter, mostrando um sorriso maléfico, enquanto Sheldon, Hiroshi e Scott encaravam-se apreensivos.