quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A parede de cristal (capítulo 7)

Oi gente! 

Bom, estou aqui para postar mais um capítulo da minha historinha, e acho que de todos os capítulos que eu fiz até agora, esse foi o melhor!
Infelizmente, terei de colocar uma classificação indicativa nesse capítulo, pois contém algumas cenas de violência e crueldade, portanto, esse capítulo NÃO é recomendado para MENORES DE 14 ANOS.


Nesses últimos dias percebi que estou longe de ser uma boa escritora, mas não me importo, afinal, o que importa é se divertir e fazer o que gosta, mesmo que seja ruim! rsrs

De qualquer forma, acho que o capítulo 7 ficou muito bom, na verdade, esse capítulo é o verdadeiro começo da historia. Apreciem!




Capítulo 7 – Babylon


Quase uma semana havia se passado desde a discussão entre David e Erin. Os dois ainda estavam brigados e mal se falavam. Joanna estava preocupada, pois todas as suas tentativas de fazer com que os dois amigos fizessem as pazes acabavam piorando a situação. 

Os três trabalhavam silenciosos, cada um independente em sua mesa. Erin pesquisava sobre as possíveis mudanças genéticas causadas pela adaptação de seres extraterrestres em outros planetas. Sua mesa estava cheia de livros e ele digitava freneticamente em seu computador. Enquanto isso, David estava analisando no seu pequeno microscópio uma amostra de DNA proveniente de uma fonte desconhecida, que lhe foi entregue por Steven. Joanna testava a influência de alguns vírus sobre uma célula viva, utilizava uma pinça muito fina e também um microscópio. Sua amostra também era de fonte desconhecida. No meio do trabalho, David resolve parar por um minuto. O rapaz espreguiça-se e tira os óculos de seu rosto para limpá-los.

- Gostaria de saber por quanto tempo eles vão manter segredo sobre a procedência dessas amostras... – falou o rapaz, coçando os olhos, que estavam cansados de tanto olhar pelas lentes dos óculos e do microscópio.

Erin continuou em silêncio e apenas olhou para David de relance. Depois voltou rapidamente aos seus afazeres e continuou digitando em seu computador.

-Também estou preocupada com todo este sigilo! –disse Joanna, percebendo a mágoa nos olhos de David causada pela indiferença do amigo. – Acha que eles vão trazer algum ET para a Terra? –perguntou ela, encarando Erin e esperando que o rapaz se manifestasse na conversa.

Erin permaneceu calado por alguns segundos, mas o olhar ameaçador de Joanna acabou fazendo-lhe ceder.

-ET? Tipo... ET de verdade? Como aqueles dos filmes? –perguntou Erin, mostrando um sorriso de deboche.

-Bom, nós sabemos que eles existem, afinal, foram eles que causaram toda a destruição de 2012! –argumentou Joanna, tentando parecer mais madura, apesar de que a tragédia havia acontecido quando ela ainda nem mesmo tinha nascido.

-Mas nunca vimos nenhum deles! -retrucou David. -Sempre tive as minhas dúvidas sobre o que realmente aconteceu em 2012! –completou o rapaz, ao mesmo tempo em que colocava sua amostra de DNA numa placa de Petri.

-Mas foi provado que a nave veio de Babylon! -resmungou Erin em voz baixa, como se estivesse discordando de seu amigo intencionalmente.

David encarou o rapaz como se quisesse arrumar briga.

-Tudo foi destruído! As pessoas estavam desesperadas e precisavam achar um culpado! -praguejou David, quase deixando cair a placa de Petri no chão. – Essas coisas que você chama de provas podem muito bem ter sido forjadas!

-E você acha que passamos todos esses anos culpando algo que não existe? É isso? Acha que somos burros ou alienados? –perguntou Erin, já alteando a voz.

- SIM! ACHO QUE ESTÃO CEGOS DE TANTO ÓDIO! -disse David em voz alta, levantando-se de sua cadeira e apertando com força a placa de Petri em sua mão direita.

-AH É MESMO? ENTÃO O QUE VOCÊ SUGERE? VAMOS, DIGA, SENHOR SABE-TUDO! O QUE VOCÊ ACHA QUE ACONTECEU? QUAL O SEGREDO POR TRÁS DESSA MENTIRA? - disse Erin quase gritando, levantando-se de sua cadeira também.

-PAREM COM ISSO OS DOIS! –gritou Joanna, completamente farta e sem paciência de estar naquela situação. –Será que vocês não podem ficar um minuto sequer sem discutir um com o outro? Isso está me deixando louca! –reclamou a garota, com uma expressão aborrecida na face.

David estava furioso com Erin. Largou a placa de Petri em cima da mesa com tanta força que ela acabou se quebrando. Por pouco o cientista não machucou sua mão com os pedaços pontiagudos do vidro quebrado.

-Vou pegar mais amostras com Steven! –falou o rapaz com uma voz alterada, saindo rapidamente de sua sala sem olhar para trás.

Joanna e Erin olharam assustados para os cacos de vidro em cima da mesa.

-O que há de errado com vocês dois? Sempre foi assim? –perguntou Joanna, levando uma das mãos à testa e suspirando de exaustão. –Quando vocês brigam, sempre ficam desse jeito?

Erin ficou calado por alguns instantes, com um olhar fixo no chão, depois, encarou Joanna com uma expressão angustiada.

-Isso nunca aconteceu antes... Nós nunca brigamos desse jeito! –respondeu o rapaz, desesperado.

-O quê? Como assim? –perguntou a garota. –Em cinco anos, essa é a primeira vez que vocês brigam?

Erin suspirou profundamente, deixando um brilho estranho reluzir em seus olhos verdes.

-Eu sempre fui uma pessoa de gênio forte, de pavio curto... Mas David, ele sempre foi uma pessoa calma e compreensiva... Quando nós discutíamos, ele sempre dava um jeito de me acalmar e por isso a gente nunca levava a discussão adiante. –explicou o rapaz, enquanto Joanna o observava com uma expressão preocupada e pensativa.

-Entendo... Então isso quer dizer que David é que está diferente? –interrogou a garota.

-Sim, ele está muito diferente... E está assim desde que... –disse o rapaz, pensativo, porém, não completou os seus pensamentos.

-Desde que? –interrogou Joanna, curiosa.

-Esquece! Não é hora de ficarmos imaginando coisas e fazendo especulações! – falou o rapaz, ajeitando-se em sua cadeira e voltando a pesquisar.

A jovem cientista ficou desconfiada depois de ouvir as palavras misteriosas de Erin, porém, decidiu apenas tentar concertar o desentendimento entre os dois amigos.

-Então... O que pretende fazer para melhorar a relação de vocês? –perguntou ela, com um olhar ameaçador.

Erin a encarou desconsertado.

-É... Eu... Eu... Vou tentar ser mais compreensivo e... Menos pavio curto! –respondeu o rapaz, um pouco envergonhado.

Enquanto os dois voltavam a se concentrar em seus trabalhos, David não havia ido falar com Steven, na verdade, ele estava próximo aos tubos transparentes. O rapaz permanecia parado, apenas observando-os, como se a qualquer momento eles fossem lhe revelar algo que ele estava à espera.


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O brilho dos tubos gigantes também chamava a atenção daqueles que estavam dentro da nave Exception em viagem ao planeta Babylon. Enquanto esperavam, observavam-nos impressionados. A viagem pelo espaço já durava uma semana e a nave chegaria à Babylon em poucas horas. 

Todos os tripulantes estavam milimetricamente em seus lugares. Apreensivos, porém preparados para qualquer tipo de acontecimento, os cientistas que não tinham função no controle da nave precisavam estar acompanhados por um soldado, que seria uma espécie de guarda-costas quando eles chegassem ao seu destino. Lado a lado, cada soldado ficava junto a um cientista, enfileirados, esperando a aterrissagem em solo extraterrestre.

Grell Mozart e Wolf Callender ficavam à frente de todos. Grell deu as suas últimas instruções.

-Espero que cada um de vocês esteja ciente da importância do trabalho em equipe! Soldados e cientistas devem esquecer os conflitos do passado e utilizar toda a sua coragem e concentração para que as coisas saiam de acordo com o planejado! Se algo der errado, não se desesperem! Trabalhem em conjunto e consertem qualquer erro que possa vir a acontecer! Soldados, vocês devem proteger seu companheiro cientista nem que isso custe a sua vida! - instruiu Mozart.

-Cientistas, sejam cautelosos! E soldados, sejam protetores! –completou Wolf, fazendo continência. 

Os soldados, de cabeças erguidas e peitos estufados, retribuíram a continência do general.

Sheldon estava ao lado de um cientista chamado Alan, que a partir daquele momento, seria a pessoa que ele deveria proteger com a sua vida. Os dois quase não se falavam e, de vez em quando, Sheldon esticava o pescoço para tentar enxergar seu amigo Hiroshi na outra parte da nave, analisando informações em seu computador. Hiroshi permaneceria dentro de Exception, pois ele era o encarregado de controlar os escudos de invisibilidade e eletromagnético.

Horácio continuava mal humorado, e ainda por cima, era o primeiro da fila. Estava lado a lado com um cientista chamado Scott, os dois só tinham se falado uma única vez.

Krzystof estava a cargo de proteger o cientista Carl, e eles eram uma das poucas duplas que passaram as últimas horas conversando e se entrosando. 


Faltavam poucos minutos para a aterrissagem. O portal (buraco negro) já havia sido “desativado” e Exception se aproximava da atmosfera de Babylon. Hiroshi cuidou para que o escudo eletromagnético fosse ativado, desta forma a nave não seria detectada por nenhum tipo de radar. Além disso, o escudo de invisibilidade completava o total desaparecimento da nave, assim ela não seria captada por satélites fotográficos ou mesmo por observadores do espaço.

Indetectável, Exception penetrou na atmosfera de Babylon sem maiores transtornos. Sérios e concentrados, os cientistas respiravam fundo e se aproximavam da saída da nave. Grell preferiu ficar dentro de Exception enquanto os outros cientistas arriscavam suas vidas. Para isso, ele utilizou a desculpa de que era o líder da missão e que seria necessário ficar dentro da nave para caso algo ruim acontecesse. Wolf, sendo um homem extremamente corajoso, resolveu acompanhar seus soldados.

Hiroshi acenou para Sheldon, que fez continência em retribuição enquanto começava a descer os degraus da nave.

Exception aterrissou numa ilha, perto da praia. O lugar não era muito diferente da Terra. Quando finalmente desceram da nave e pisaram em solo babilônio, os tripulantes de Exception se depararam com um lindo mar a sua frente, um mar azul claro e um pouco mais transparente que o da Terra, porém muito parecido. A areia era quase branca e mais prateada que o normal, brilhava muito como se houvessem minúsculos pedaços de diamante entre os grãos. Ao olhar para o horizonte, os soldados perceberam que o céu era de cor lilás. 

-Parece com a Terra, porém... –falou Carl, sendo interrompido por Krzystof.

-Porém é muito mais bonito! – completou Krzystof.

-Tem razão! –continuou Carl, sorrindo como uma criança e olhando admirado para o céu.

O uniforme espelhado que os tripulantes usavam refletia tudo que estava ao seu redor, proporcionando uma camuflagem quase perfeita. As máscaras confortáveis não atrapalhavam a visão, pelo contrário, elas protegiam o rosto, a visão e as vias respiratórias de forma bastante satisfatória.

As árvores da ilha eram muito verdes, exóticas e algumas delas tinham frutos multicoloridos. As cores se misturavam em círculos concêntricos ou listras. 

Os exploradores começaram a se mover. A equipe se dividiu. Metade da equipe se encarregou de colher todo o tipo de amostra que via pela frente, seja ela da areia, do mar, das folhas, dos frutos listrados, de pequenos galhos e até mesmo o ar. Alguns utilizavam pequenos aparelhos para fazer a análise ali mesmo, enquanto os soldados observavam sem entender muito bem o que acontecia.

A outra metade da equipe se embrenhou na mata fechada. Andavam a passos macios e se assustavam cada vez que alguém pisava num graveto ou fazia um pequeno barulho. Os soldados iam à frente e os cientistas acompanhavam-nos apreensivos. Wolf era o líder. 

As árvores altas com folhas espessas, largas e volumosas impediam a passagem da luz, e à medida que eles caminhavam, a mata ficava mais escura. 

-Estou com um pressentimento ruim... –disse Sheldon, empunhando sua metralhadora, que por causa da gravidade do planeta, estava três quilos mais pesada que o normal.

-Pois eu estou com um bom pressentimento, acho que temos sorte de Babylon ser tão parecido com a Terra! –retrucou Alan, o único cientista que parecia estar mais calmo.


Depois de andar por mais de 300 metros, a mata fechada estava praticamente no fim e, ao longe, os exploradores avistaram um campo aberto.

-É melhor irmos mais devagar agora! Não podemos deixar que ninguém nos veja! – avisou Callender num sussurro audível.

Ao chegarem mais perto do campo, cada um se escondeu detrás de uma árvore. Wolf observou que ao longe, do outro lado do campo, havia uma montanha, e em seu topo se encontrava uma cabana de teto vermelho que parecia ser feita de madeira e palha.

No meio do campo, estavam reunidos mais de 40 babilônios, todos sentados no chão, formando um círculo.

Os babilônios eram muito semelhantes aos terráqueos, fisicamente iguais. Pouca coisa os diferenciava de humanos comuns e a principal delas eram os cabelos branco-prateados, que apresentavam variações nas tonalidades, alguns mais claros, outros mais escuros e outros brilhantes, quase totalmente prateados. A pele parecia mais lisa, como uma superfície de porcelana, porém a cor não era tão diferente da cor dos humanos, havia peles mais claras e outras mais escuras. Suas roupas eram estranhas, de uma consistência úmida e pegajosa, provavelmente feitas de algas. Assim como na espécie Homo Sapiens, era fácil diferenciar fêmeas e machos. 

-São iguais a nós! –exclamou Sheldon, de olhos arregalados, não conseguindo conter sua grande surpresa. –Eu nunca pensei que eles pudessem ser tão parecidos com humanos!

-Sim... –falou Alan, sem demonstrar nenhuma empolgação na voz.

-Não está surpreso?-perguntou Sheldon, percebendo que seu companheiro estava muito tranquilo.

-A maioria dos cientistas que está aqui já trabalhava na construção e no envio de sondas para esse planeta. –respondeu Alan, meio convencido. –Ou você acha que nós nunca tínhamos visto pelo menos uma imagem deles? As sondas nos ajudaram a aperfeiçoar a nave e a conhecer melhor esse lugar!

-E por que as pessoas na Terra nunca souberam da aparência deles? –perguntou Sheldon, parecendo angustiado.

-Por que isso é informação sigilosa, não podemos revelá-la para qualquer um! –disse Alan, presunçoso.

-Mas... Se eles são tão parecidos conosco, quer dizer que eles também podem... –disse Sheldon, sendo interrompido imediatamente pelo cientista.

-Qual o problema? Vai querer estragar a missão agora só por que existem algumas semelhanças físicas entre nós e os ETs? –esnobou Alan, com uma voz autoritária.


Enquanto Sheldon e Alan discutiam, há poucos metros dali, atrás de outra árvore de frutos amarelo-azuis, estavam Horácio e Scott, totalmente concentrados, observando os babilônios.

-O que será que esses ETs estão fazendo? –perguntou Horácio, fazendo uma careta enquanto tentava enxergar melhor.

-Bem, parece que eles estão... Meditando... –respondeu Scott.

-Pode ser uma armadilha? –perguntou Horácio novamente, observando, intrigado, os extraterrestres. 

-Só temos que fazer como o planejado! Não se preocupe! –disse Scott, tirando do bolso algo que parecia ser um pequeno binóculo.

Os babilônios estavam de olhos fechados, não falavam e não moviam um dedo sequer. Pareciam em transe. No meio do círculo, havia uma garota de cabelos branco-prateados, cuja pele brilhava mais do que qualquer outra. Sua aparência era a de uma jovem de 18 anos. Era a única que estava de pé e, assim como os outros, de olhos fechados.

-O que devemos fazer agora? –perguntou Sheldon a seu parceiro cientista.

-Nós não temos muito tempo! Precisamos ser rápidos e fazer a nossa parte!-respondeu Alan.

Enquanto os soldados ajeitavam suas armas, os cientistas tiraram do bolso um pequeno controle remoto e uma seringa.

-Todos preparados? –perguntou Wolf Callender, aprumando os dedos no gatilho de sua arma, que era bem maior do que a dos outros soldados. –Um... Dois... TRÊS!

Soldados e cientistas invadiram o campo aberto. O barulho das metralhadoras despertou os babilônios de sua meditação. Alguns deles começaram a fazer um barulho estranho, semelhante à microfonia, deixando os invasores atordoados e tendo de tapar os ouvidos. Porém, o ataque foi tão rápido que os extraterrestres não tiveram chance para se defender, a maioria deles foi atingida por tiros na cabeça e no peito. Alguns tentaram fugir e acabaram sendo alvejados pelas costas. Sheldon foi o único que hesitou em atirar. Krzystof, também hesitante, atirou apenas nas pernas e nos braços dos ETs.

-NÃO SE ESQUEÇAM DE QUE PRECISAMOS DE QUATRO VIVOS! POR ISSO, NÃO MATEM TODOS! –gritou Carl, enquanto Krzystof imobilizava um deles.

Alan se aproximou de um rapaz extraterrestre e injetou algo no braço dele com a seringa. O rapaz desmaiou imediatamente. Logo depois, Alan apertou o botão de seu pequeno controle remoto e uma cápsula voadora saiu de Exception e veio se aproximando até chegar perto deles. Mais um clique no botão, a cápsula se abriu de forma silenciosa.

-Vamos! Ajude-me! Ajude-me a colocá-lo dentro da cápsula! –praguejou Alan, enquanto Sheldon permanecia imóvel.

-VAMOS! SHELDON! AJUDE-ME A COLOCÁ-LO DENTRO DA CÁPSULA! -gritou Alan, porém o soldado permaneceu quieto, como se estivesse em transe.

O massacre continuava. Enquanto os babilônios corriam para salvar suas vidas e continuavam fazendo um barulho estranho, a garota que estava no centro do círculo permanecia no mesmo lugar, não mais de olhos fechados, porém estática, olhando para toda aquela destruição. Estava muito assustada e lágrimas corriam pela sua face.


Alan se esforçava para levantar o babilônio em seus braços e colocá-lo na cápsula voadora. O rapaz extraterrestre era pesado e Alan quase foi ao chão tentando carregá-lo. Sheldon continuava parado. Seus olhos percorreram todo o campo de batalha até encontrarem um idoso caído no chão. Naquele momento, o jovem soldado resolveu caminhar até o homem, atravessando o campo aberto a passos largos e ligeiros. Quando chegou perto dele, Sheldon viu o quanto aquele extraterrestre se parecia com o seu avô falecido. O soldado tentou ajudá-lo, porém quando o tocou, suas mãos ficaram sujas de sangue e, finalmente, como num estalo, ele se deu conta de que o velho já estava morto, assim como seu avô.

-O sangue deles também é vermelho... –falou Sheldon com uma voz trêmula, olhando atordoado para suas mãos ensanguentadas e sentindo um nó na garganta. –O que estamos fazendo?


Sheldon olhou para o lado e avistou a jovem garota de cabelos branco-prateados. Ela ainda estava parada, de pé, como se fosse uma criança perdida no meio de um furacão. Nada a atingia. O soldado sentiu que precisava fazer alguma coisa. Sem pensar duas vezes, ele correu em direção à garota e a colocou nos braços. Quando tocada, ela saiu de seu transe e começou a se contorcer, tentando livrar-se dos braços que a prendiam. Novamente um terrível barulho semelhante à microfonia incomodou os ouvidos de Sheldon, e esse barulho parecia sair da boca da garota.

-Por favor, acalme-se! Por favor! Eu só quero tirá-la daqui! –implorou o rapaz, enquanto se afastava do círculo e tentava suportar a dor nos ouvidos.

-Aí está você! –exclamou Alan, avistando Sheldon, que carregava a garota em seus braços. –Parece que você não é um completo inútil! –continuou o cientista, enquanto se aproximava dos dois com uma seringa na mão e injetava o sonífero no braço da garota.

-EI! O QUE ESTÁ FAZENDO? –perguntou Sheldon, indignado.

-Estou capturando-a, afinal, ainda precisamos de mais um! –respondeu Alan, arrancando a garota dos braços de Sheldon e colocando-a em outra cápsula voadora.





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