segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Feliz ano novo!!!!

Oi pessoal!

Estou passando por aqui só para desejar a todos um feliz ano novo! Vamos pensar positivo e desejar que o mundo possa ter mais alegria, paz e felicidade em 2013! Vamos nos esforçar para realizar nossos sonhos e viver uma vida plena, sem arrependimentos! Vamos amar ao próximo e cultivar a harmonia!


O blog Coração Feroz deseja a vocês um feliz 2013!
E como presente, lá vai mais um de meus desenhos:




Até mais!



sábado, 29 de dezembro de 2012

Queen In Hyun’s Man (k-drama)


Seria o amor capaz de atravessar as barreiras do tempo?

Esse é o poster de drama mais lindo que eu já vi *-*

Oi pessoal, tudo bem com vocês?
Já faz tempo que eu não posto uma resenha de dorama por aqui, né?
Pois então, hoje é dia de “tirar o atraso” rsrs



Título: Queen In Hyun’s Man
Gênero: Fantasia, romance
Escritores: Song Jae Jung, Kim Yoon Joo 
Diretor:  Kim Byung Soo
País de origem: Coreia do Sul
Principais do elenco: 
Ji Hyun Woo como Kim Boong Do
Yoo In Na como Choi Hee Jin
Kim Jin Woo como Han Dong Min
Ga Deuk Hi como Jo Soo Kyung
Park Young Rin como Yoon Na Jung
Jo Dal Hwan como Chun Soo
Uhm Hyo Sup como Min Ahm
Lee Kwan Hoon como Ja Soo
Jin Ye Sol como Yoon Wol
Ji Nam Hyuk como Han Dong
Seo Woo Jin como King Sukjong
Kim Hae In como Queen In Hyun
N° de episódios: 16
Período de emissão: 18 de abril de 2012 à  7 de junho de 2012
Emissora de TV: tvN



Comecei a assistir esse drama no dia 25 de dezembro (isso mesmo, no natal!). Eu estava meio solitária no meu quarto e já era quase 1:00 da madrugada do dia 25. Foi então que resolvi assistir dramas coreanos. Escolhi três dramas aleatoriamente e fui assistindo o primeiro episódio de cada um deles (se eu gostasse do primeiro episódio, continuaria assistindo). O primeiro drama foi “The king 2 hearts”, infelizmente (ou felizmente) eu desisti de assisti-lo e acabei mudando para outro drama, desta vez,  Queen In Hyun’s Man.


Sendo bem sincera, admito que nos primeiros minutos do episódio 1, também pensei em desistir e passar para outro drama, porém, alguma coisa me dizia que eu precisava continuar assistindo e foi exatamente o que eu fiz (estou aprendendo a não ignorar meus instintos rsrs).

Agradeço a mim mesma por não ter desistido desse drama, pois da metade para o fim do primeiro episódio, tudo se tornou mais interessante, e a partir daí, eu fiquei completamente viciada (tão viciada que devorei o drama em apenas 4 dias!).

Bom, agora vamos ao que de fato interessa... Do que se trata a história?

Tudo começa trezentos anos atrás (na Era Joseon, 1694), quando um rapaz estudioso chamado Kim Boong Do, está disposto a arriscar sua vida para proteger a Rainha deposta (chamada In Hyun). 

Meu querido Kim Boong Do, interpretado por Ji Hyun Woo.

Rainha In Hyun, a protegida de Kim Boong Do.

Kim Boong Do é um rapaz muito inteligente, veio de uma família nobre e também é habilidoso em artes marciais. Sua família (pais, irmãos e esposa) foi falsamente acusada de alta traição e condenada à morte, sendo ele o único sobrevivente.

O rapaz recebe um talismã de sua amiga (que na verdade é apaixonada por ele, mas não é correspondida) e esse talismã tem como objetivo protegê-lo da morte.

Yoon Wol, a amiga apaixonada de Kim Boong Do.

Quando Kim Boong Do está correndo perigo de vida, o talismã acaba transportando-o para o futuro (que na verdade, é o ano de 2012).

No presente, temos Choi Hee Jin,  uma garota bonita, extrovertida, impulsiva e engraçada, que sempre se mete em confusão. Ela está à procura de um trabalho como atriz, e acaba conseguindo o papel em um drama histórico (no drama ela será a protagonista, e coincidentemente fará o papel de Rainha In Hyun).

Choi Hee Jin, interpretada por Yoo In Na, tão linda e fofa! *-*

Quando está prestes a ser morto pelos capangas do primeiro-ministro (que é um traidor da corte), Kim Boong Do viaja no tempo e vai parar exatamente no mesmo lugar, só que trezentos anos no futuro. Coincidentemente, este é o local onde estão filmando o drama no qual Choi Hee Jin é a protagonista. Os dois se encontram e, a partir daí, uma linda e engraçada história de amor começa.

Duas pessoas de épocas diferentes podem se apaixonar? O que isso pode implicar na vida dos dois?

Seria o amor capaz de atravessar as barreiras do tempo?

Essa é pergunta fundamental do drama. Depois de se encontrarem várias vezes, Boong Do e Hee Jin começam a se sentir atraídos um pelo outro, e esse sentimento vai crescendo até tomar grandes proporções, chegando a um ponto em que eles já não conseguem mais viver separados.

São tão fofos juntos... (suspiro)

O desenrolar da trama é realmente lindo e surpreendente, se eu tivesse que comparar o que senti enquanto estava assistindo esse drama, seria como ver um jardim cheio de rosas perfumadas, dotadas de uma beleza única, refrescante e doce, assim como o romance entre Boong Do e Hee Jin.



O melhor de tudo é que além do romance, também há muitas cenas engraçadas, outras de ação, além de situações dramáticas e tristes (ou seja, tem de tudo um pouco rsrs).


Boong Do é um estudioso, por isso, ele tenta pesquisar muitas coisas sobre sua época (vai à biblioteca e tenta achar informações que possam ajudá-lo a salvar sua vida e a vida da rainha). Com isso, ele acaba alterando muitas coisas no passado e isso acaba refletindo-se no futuro.

Hee Jin leva Boong Do à biblioteca.

Hee Jin tenta ensinar os costumes dos tempos atuais para Boong Do, e quase sempre faz besteira. Ela é realmente fofa, por isso o rapaz, apesar de inteligente, rende-se aos encantos de sua amada e quase sempre fica parecendo um bobo diante dela.

O primeiro beijo dos dois foi no elevador da biblioteca (e a iniciativa partiu de Hee Jin rsrs)

Muitas complicações para esse romance aparecem ao longo da história, e algumas delas são até muito engraçadas, como os chiliques da empresária de Hee Jin (que não aceita o relacionamento dela com Kim Boong Do por ele ser um estranho) e também os chiliques do ex-namorado de Hee Jin, que também é ator e está trabalhando com ela no drama (ele faz o papel do rei).

Jo Soo Kyung, a empresária histérica de Hee Jin.

Han Dong Min, o ex-namorado histérico de Hee Jin rsrs Que morre de ciúmes de Kim Boong Do.

Outras complicações já não são tão engraçadas, como o desgraçado do primeiro-ministro da corte, que faz de tudo para matar Kim Boong Do.

Min Ahm, o primeiro-ministro idiota que quer ferrar a vida de Boong Do

Assassino e pau-mandado de Min Ahm, ele tenta matar Boong Do.

A química do casal protagonista é algo surreal (os próprios atores  admitiram que se apaixonaram de verdade e começaram a namorar depois de fazer esse drama). As cenas românticas (principalmente os beijos) são realmente lindas de se ver.

Linda cena...

Foi um dos beijos mais lindos que eu já vi em dramas.

Fofos *-*

Os momentos de tensão e tristeza são capazes de deixar qualquer um com o coração na mão, torcendo feito louco para que tudo acabe bem e que o lindo casal possa ter um final feliz, pois é realmente doloroso ver os dois sofrendo por estarem longe um do outro (e não se esqueçam de que esse “longe” significa 300 anos de história).



Além de ter uma história maravilhosamente linda, um casal super fofo, um enredo dinâmico e cheio de surpresas, o drama ainda conta com uma incrível trilha sonora.

Confiram a seguir :


Abertura de Queen In hyun's Man 



I'm Going To Meet You


 Another Time, The Same Sky (Legendado PT-BR)
obs.: prestem atenção na tradução da música e vejam o quanto ela combina com a história dos protagonistas.



Bom, pessoal, acho que é isso. Se eu continuar a escrever, vão sair muitos spoilers, e eu não quero estragar a surpresa de quem quiser assistir pela primeira vez.

Espero que tenham gostado e, por favor, assistam esse drama! Vocês não vão se arrepender, pois ele é muito fofo e romântico!

Até mais!







domingo, 23 de dezembro de 2012

Vídeos e filmes de Natal

Oi pessoal, como vão vocês?

Hoje estou aqui para fazer mais uma postagem especial de natal, espero que gostem!

Começarei com um TOP 5 dos melhores filmes de natal (segundo a minha opinião, é claro), então vamos começar!



5° lugar
Meu papai é Noel 


sinopse: Papai Noel sofre um acidente no telhado da casa de Scott Calvin, que é um vendedor de brinquedos. Impossibilitado de continuar seu trabalho, Noel pede ajuda. Scott atende o pedido, mas percebe que está engordando e sua barba crescendo. E então, percebe que está se tornando o novo Papai Noel.


Adoro esse filme, pra mim ele sempre foi um dos filmes mais legais de natal, uma história cheia de fantasia e pode-se dizer que qualquer criança ficaria encantada se seu pai se tornasse o papai noel.


4° lugar


Esqueceram de mim

sinopse: Deixado acidentalmente para trás pela sua família nas férias de Natal, Kevin McCalister, de apenas oito anos, tornou-se de um momento para o outro o homem da casa! Sozinho, tímido e desajeitado, tenta resolver os seus problemas: vai às compras, cozinha, lava a roupa e até dá a volta aos ladrões que lhe entram em casa.
fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Home_Alone


Esse é um clássico dos clássicos, não tem como ficar de fora. Esqueceram de mim foi um dos filmes que marcaram a minha infância.



3° lugar

Duro de matar

sinopse: John McClane (Bruce Willis) é um detetive de Nova York que está indo a Los Angeles para se encontrar com sua esposa (Bonnie Bedelia), que trabalha em uma empresa japonesa. Porém, ao chegar no prédio onde ela trabalha, percebe que o edifício está sendo assaltado por um bando de terroristas e decide atrapalhar seus planos para resgatar sua mulher.
fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-4019


Sou muito suspeita pra falar desse filme, afinal, sou uma mega fã da franquia Duro de matar, e aliás, estou super ansiosa pelo próximo filme que será lançado em 2013. Duro de matar é um dos filmes de ação mais incríveis que já assisti, e a maioria deles se passa na época das festividades natalinas.





2° lugar
Um herói de brinquedo

sinopse:Um homem de negócios (Arnold Schwarzenegger) chega atrasado na aula de caratê do seu filho, que recebeu a faixa azul. Para tentar compensar, ele promete ao menino que lhe dará qualquer coisa que ele peça no Natal. O garoto então pede o "Turbo Man", o brinquedo sensação do momento e sonho de todas as crianças. Acontece que já véspera de Natal e o brinquedo não existe em lugar nenhum assim, com todos os estoques já estando esgotados. Ele então se propõe a cumprir a promessa, não importando o quanto isto lhe custe, mas, além de se meter em uma série de complicações, ainda tem de ser mais esperto que um carteiro, que tem o mesmo objetivo dele e igualmente obstinado no seu intento.
fonte: http://www.adorocinema.com/filmes/filme-16135/

Por que os filmes de comédia com Arnold Schwarzenegger são tão legais? Um herói de brinquedo está entre os tantos outros filmes dele que eu amo. Se por acaso me dissessem: Pense num filme de natal! Este seria o primeiro filme que viria em minha mente. Adoro esse filme, é tão engraçado e cativante!




1° lugar
Natal em família


sinopse: Esta é uma comédia que celebra o espírito de esperança que existe em cada um de nós. Um estudante de faculdade egocêntrico e malandro, tem só uma coisa em sua mente - chegar em casa para a ceia de Natal ou perder o Porsche que seu pai prometeu. Desesperado para cumprir o trato com o seu pai e ganhar o maravilhoso carro, Jake faz de tudo - voa, corre, pega carona, anda atrás de trenó, mas sua missão quase impossível transforma-se em uma grande e frenética comédia de erros, quando uma multidão de desconhecidos o confunde com o verdadeiro Papai Noel.
fonte:http://www.interfilmes.com/filme_15072_natal.em.familia.html


Sei que muitos vão discordar de mim, mas eu simplesmente AMO esse filme. O protagonista é muito engraçado e carismático. O cara se mete em tantas confusões, conta tanta mentira, e o pior de tudo é que não dá para deixar de torcer por ele (mesmo ele sendo um babaca rsrs). Esse com certeza é o filme de natal que ficará guardado na minha memória para sempre.




Para terminar a postagem, vou deixar alguns vídeos com minhas músicas de Natal favoritas, desfrutem!












Feliz natal e um próspero ano novo para todos! 

Espero que o blog Coração feroz possa continuar em 2013, com mais resenhas de animes, séries e doramas, homenagens à artistas, OMCEs, fanfics de Skip Beat, histórias originais e muitas outras coisas!


Até mais pessoal! Divirtam-se nesse fim de ano!




quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Skip Beat - Fanfic especial de natal

Oi pessoal, olha eu aqui de novo!

Pois é, resolvi dar um presente de natal antecipado para os fãs de Skip Beat, espero que gostem!

Não sei se a fanfic ficou realmente boa, na verdade, ela surgiu de uma ideia bem simples que eu tive. O gênero dela é comédia e ecchi, algo que eu ainda não tinha feito antes, mas como eu sou muito tímida para escrever cenas hots, então apenas me detive em "insinuações" rsrs


Confiram a seguir:



Intenções pervertidas (fanfic especial de natal)


Pés apressados caminhavam pelo corredor da agência de talentos LME. Os passos eram firmes, e os saltos dos sapatos batiam com força no chão encerado, fazendo um barulho que mais parecia uma percussão de tão sincronizados que eram. Kotoname Kanae andava a passos largos pelo corredor, e quando chegou ao local desejado, finalmente parou, largando uma enorme sacola amarela no chão, em frente à sala reservada para Mogami Kyoko.

-AQUELA IDIOTA ME PAGA DESSA VEZ! – esbravejou Kanae, com um olhar faiscando de fúria.

A atriz espalmou a mão na porta da sala e bateu desesperadamente, esperando que alguém a atendesse. Porém, mesmo com tanto barulho, ninguém respondeu, o que indicava que a sala provavelmente estava vazia. Mesmo assim, Kanae não desistiu, e continuou esmurrando a porta, e desta vez, gritou por Kyoko:

-ABRA JÁ ESSA PORTA! ABRA LOGO, KYOKO!

Enquanto isso, alguém se aproximava despreocupadamente dali. Sapatos sociais, pernas compridas e passos calmos, Yashiro chegava cada vez mais perto da sala de Kyoko, e tomou um susto quanto viu Kanae fazendo todo aquele escândalo.

-M-mas o que é isso? –perguntou Yashiro, com uma expressão atordoada e ao mesmo tempo cômica.

Kotoname Kanae parou de agredir a porta e encarou Yashiro com uma expressão mal humorada.

-Preciso falar com Kyoko! Aquela idiota tem que estar aqui! – rosnou a atriz, cruzando os braços e fazendo uma cara de poucos amigos.

Yashiro ainda estava confuso, não sabia muito bem o que dizer a alguém que estava naquele estado de humor.

-B-bem, n-não fique brava com o que vou lhe dizer... –gaguejou o rapaz, já sentindo uma fisgada no estômago. –Kyoko-chan não está aqui, ela deve estar com Ren, eles... Estão trabalhando numa coisa juntos...

-HÃ?! COMO ASSIM ELES ESTÃO TRABALHANDO?!- esbravejou Kanae, e seu tom de voz era tão alto que fez Yashiro dar um pulo para trás. –HOJE É VÉSPERA DE NATAL!

-Sinto muito por ter que lhe dizer isso, parece que você precisa falar urgentemente com Kyoko-chan... – desculpou-se Yashiro, colocando em prática seu jeito inocente de tentar descobrir o que estava deixando Kanae tão furiosa daquela maneira.

-Tudo bem, não se preocupe... Não é algo grave, talvez eu tenha exagerado um pouco. –disse ela, e sua voz já mostrava um pouco mais de tranquilidade e constrangimento.

Yashiro fez uma cara de confuso, o que deixou Kanae com vontade de contar o que havia acontecido, e por isso o rapaz finalmente conseguiu obter a resposta que tanto queria.

Kanae abaixou o braço na direção da enorme sacola amarela, pôs a mão dentro dela e de lá tirou uma coisa peluda e multicolorida, colocando-a bem próxima à Yashiro.

Era um urso de pelúcia muito estranho, tinha uma penugem cor de rosa- berrante e vestia uma camisa com bolinhas vermelhas, azuis e amarelas. Tinha orelhas enormes e os olhos bem pequenos, que se contrastava com a boca grande que sorria alegremente.

Yashiro ficou olhando para aquela coisa medonha, estático, com uma expressão atordoada no rosto.

-M-mas o que diabos é isso? –perguntou o agente, ainda tentando acostumar seus olhos àquela cor rosa-berrante (um pouco mais berrante que o macacão da seção Love me).

Kanae soltou um suspiro indignado, e com uma expressão tristonha, respondeu:

-Meu presente de natal...

-HÃ? –Yashiro não estava acreditando no que acabara de ouvir. –VOCÊ ESTÁ QUERENDO DIZER QUE A KYOKO-CHAN LHE DEU ESTA “COISA” DE PRESENTE?

-Isso mesmo!E é por isso que eu vim aqui para tirar satisfação!

-Talvez... Ela só esteja brincando... –disse o rapaz, tentando parecer mais calmo e escolhendo bem as palavras para não despertar a fúria até então adormecida de Kanae. Porém, seu cuidado foi inútil.

-AQUELA IDIOTA NÃO SABE O QUE FAZ! TENHO QUASE CERTEZA DE QUE ELA COMPROU ESSE URSO ESTRANHO POR QUE ACHOU QUE ISSO ME FARIA LEMBRAR A SEÇÃO LOVE ME E DA NOSSA AMIZADE!

-Bom, se essa foi a intenção dela, então não há do que reclamar, pois a primeira coisa que eu pensei quando vi esse urso foi que ele tinha alguma relação com a seção Love Me... –falou Yashiro, soltando uma risadinha baixa e logo depois se arrependendo de ter feito, pois Kanae já estava soltando fogo pelas ventas.

-AGORA VAI RIR DE MIM? QUERIA VER SE FOSSE VOCÊ A RECEBER UM PRESENTE PAVOROSO COMO ESSE! –falou a atriz, com a expressão carregada de fúria.

-Desculpe!Desculpe! Foi sem querer! Não vai acontecer de novo! –grasnou Yashiro, se encolhendo e protegendo-se, com medo de levar uns sopapos da atriz.

-É bom mesmo! –esbravejou Kanae, jogando o seu “presente” de volta na sacola e cruzando os braços logo depois.

-Já tentou ligar para ela? –perguntou Yashiro, e assim como antes, também se arrependeu de ter feito essa pergunta.

-É CLARO QUE EU JÁ LIGUEI, MAS O NÚMERO SEMPRE CAI NA CAIXA POSTAL! –respondeu a atriz da forma mais rude possível. -O QUE ESSA IDIOTA ESTÁ FAZENDO A ESSA HORA DA NOITE NA VÉSPERA DE NATAL?

Yashiro ficou em silêncio procurando um meio de acalmar os nervos de Kanae. Foi então que ele teve uma ideia:

-E-eu... Se você quiser, eu posso ligar para o Ren e perguntar se ele está com a Kyoko-chan... –disse o rapaz, um pouco nervoso, já esperando outra resposta atravessada da atriz.

-Você faria isso por mim? –perguntou Kanae, de um jeito quase fofo, e isso pegou o rapaz de surpresa.

 A atriz parecia comovida com a sua gentileza. Por causa da timidez, o agente baixou automaticamente seu olhar e sem querer se deparou com as belas pernas da atriz, que estavam à mostra por causa do vestido curto que ela usava, e o vestido preto, por sua vez, estava parcialmente encoberto por seu casaco de camurça. O rapaz imediatamente ficou corado, e na mesma velocidade, desviou o olhar novamente, agora para um ponto distante no fim do corredor. Kanae continuava observando-o. Para não ceder à tentação de olhar para as pernas da atriz mais uma vez, Yashiro tirou seu celular do bolso, e segurando-o de uma forma extremamente cuidadosa, ligou para Tsuruga Ren.

Após alguns segundos, o agente soltou um suspiro de decepção.

-Sinto muito, o celular dele também está desligado.

Kanae pôs a mão no queixo e ficou pensativa. Ela buscava algum outro meio de contatar sua melhor amiga, mas percebendo que não havia como encontrá-la naquele momento, fez um sinal negativo com a cabeça e suspirou.

-Deixa pra lá, depois eu me entendo com ela! – disse a atriz, e logo depois deu de ombros e saiu caminhando na direção oposta à Yashiro. – Obrigada por ter tentado me ajudar! –ela ergueu o braço e deu um leve aceno já de costas para o rapaz.

-Espere! – exclamou Yashiro, e num súbito movimento, resolveu tentar alcançá-la antes que a atriz pudesse se afastar ainda mais.

Quando deu o primeiro passo, o agente tropeçou na enorme sacola que guardava o urso “Love Me” o qual a atriz tinha esquecido (ou fingido esquecer) de levar consigo. Kanae virou-se assustada para ver o que estava acontecendo e repentinamente sentiu um peso imenso desabar sobre seu corpo.

Os dois estavam caídos no chão, e Yashiro havia desabado por cima de Kanae. O mau jeito da queda fez com que o agente tocasse em um dos seios da atriz, que foi pega de surpresa com uma expressão confusa no rosto. Ambos se encararam por alguns segundos, e ao perceber o que estava fazendo, Yashiro levantou-se rapidamente, ficando com o rosto totalmente rubro de tanta vergonha.

-D-desculpe! F-foi sem querer! – disse ele, atrapalhando-se com as palavras.

Kanae o encarava com uma expressão demoníaca, e sua fúria era tão grande que ela não pensou duas vezes e deu um tapa na cara do agente, deixando-o completamente zonzo.

-SEU PERVERTIDO! – rosnou a atriz, apontando o dedo na direção do agente em acusação. –NUNCA MAIS ENCOSTE A MÃO EM MIM!

Kanae saiu bufando e andando a passos largos, com seus saltos batendo no chão de forma sincronizada. Ainda se recuperando do tapa que acabara de levar, Yashiro resolveu acompanhá-la. Ele pegou a sacola com o urso de pelúcia que estava caída no chão e falou:

-Espere! Você esqueceu seu presente de natal!

Kanae não deu ouvidos e continuou andando. Yashiro não iria desistir tão facilmente, perseguiu a atriz pelos corredores, sempre balançando a enorme sacola com o urso multicolorido fazendo um barulho estranho dentro dela.

-Não vai pegar seu presente de natal?

-Não!

-Tem certeza?

-Não quero esse presente horroroso!

-Mas foi sua amiga que lhe deu!

-Mas eu não quero!

-Tem certeza? Não vai se arrepender depois?

-Arrrg!

A perseguição continuou até que os dois sumissem na curva do corredor.


Enquanto isso, num hotel distante dali, onde a decoração natalina reluzia a beleza das festividades de fim de ano, estavam os irmãos Hell, hospedados em um dos quartos.

-Onde está o meu presente de natal? – resmungou Cain, sentado na cama com as pernas esticadas e as mãos entrelaçadas atrás da cabeça.

-Presente? – perguntou Setsu, completamente alheia, e só quanto se deu conta do significado da pergunta, seu desespero veio à tona, povoando sua mente de desenfreados pensamentos.

-OH NÃO! O que faço agora? –pensou Kyoko, desesperada. –Se Tsuruga-san souber que Setsu não comprou nenhum presente de natal para seu querido nii-san, ele vai me matar!

Ren encarou Kyoko desconfiado, porém, sem sair do personagem. Ele apenas observou a garota, que estava com uma expressão assustada, como se fosse ser castigada a qualquer momento.

-Qual o problema, não comprou o meu presente? –perguntou Cain, com seus olhos debochados fitando a expressão desnorteada de Setsu.

Kyoko, recompondo-se quase que imediatamente de seus devaneios, resolveu agir da melhor maneira que a irmã de Cain Hell poderia agir, e então, apenas seguiu seus instintos:

-Existe presente de natal melhor do que EU? –ela perguntou, e em seguida mostrou um sorrisinho malicioso.

Cain retribuiu o sorriso de uma forma mais maliciosa e levantou-se da cama, aproximando-se lentamente de Setsu. Quando chegou bem perto dela, segurou o queixo da garota e o levantou na direção de seu rosto.

-Se é assim, então posso fazer o que quiser com o meu presente de natal... Ou melhor, posso fazer o que quiser com VOCÊ...

O coração de Kyoko parecia querer sair pela boca, suas batidas estavam extremamente aceleradas e descompassadas, porém, ela se recompôs rapidamente e logo retrucou:

-Nii-san e suas intenções pervertidas...

A garota soltou um suspiro e depois deixou escapar um sorriso no canto da boca, encarando Cain com um ar malicioso de desaprovação.

-Agora não tem mais volta... - disse Cain, que foi avançando sorrateiramente para mais perto de Setsu. A cada passo que ele dava a sua frente, Kyoko dava um passo para trás, até que ela encostou-se  na parede e ficou encurralada.

Ren apoiou as mãos na parede, deixando Kyoko aprisionada entre seus braços. Seus rostos já estavam perigosamente próximos. Ao lado da mão esquerda do rapaz, havia um interruptor, o qual ele observou com uma expressão maquiavélica.

-intenções pervertidas... –essas foram as últimas palavras de Cain antes que ele sorrisse sedutoramente e apagasse a luz, deixando os dois totalmente a sós na escuridão do quarto.


Totalmente a sós na escuridão do quarto.


Fim


obs: Se vocês quiserem imaginar o resto fiquem a vontade rsrs Eu é que não levo jeito para escrever a continuação ashuashuashu




O príncipe de Cheonan - Todos os capítulos

obs: esta postagem será atualizada assim que novos capítulos forem lançados.

Capítulos disponíveis: 6
status da fanfic: pausada

























terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O Príncipe de Cheonan (capítulo 2)



Oi pessoal!

Antes de mais nada, gostaria de dar alguns avisos:

Aviso 1 - O capítulo 1 de "A parede de cristal" já foi reformulado, então, quem quiser lê-lo, basta clicar no link abaixo:


obs: As mudanças não foram drásticas, na verdade, foram apenas "acréscimos" para complementar a história (principalmente no que diz respeito a descrição dos personagens).


Aviso 2 - Para os fãs de Skip Beat: Estou preparando uma fanfic especial de natal, provavelmente eu a postarei aqui no blog amanhã.



Bom, agora podemos começar o novo capítulo, sinceramente acho que ele ficou muito bom, parece até que eu estou evoluindo como escritora rsrs, confiram:



Capítulo 2 – O professor substituto


“O destino. Alguns acreditam que o caminho de um ser humano já está traçado antes de seu nascimento. Outros afirmam que esse negócio de destino é bobagem, e que nós mesmos é que fazemos o nosso destino. Perdi a conta de quantas vezes ouvi a frase “faça seu próprio destino”, e me pergunto se o simples fato de ir por um caminho diferente na volta para casa foi capaz de mudar o rumo da minha vida.” 

Ele continuava lá, estático, frio e em silêncio. Era o momento de agir. Se eu corresse o mais rápido que pudesse, talvez ele não me alcançasse. Não custa nada tentar – pensei. Dei um pequeno e silencioso passo para trás, como uma presa tomando cuidado para não alertar seu predador. Mas isso foi em vão. A audição daquela criatura era aguçada demais e assim que ele ouviu o meu movimento, correu em minha direção. Em milésimos de segundo, já estávamos muito próximos. Não consegui correr. Ele pulou em cima de mim e tudo o que eu consegui sentir naquele momento foi à dor lancinante em minhas costas, que bateram contra o chão da viela violentamente. Seus joelhos pressionavam as minhas pernas e suas mãos apertavam meus pulsos contra o chão. Usei todas as minhas forças para tentar me libertar, porém, tudo foi inútil. 

-Solte-me! Solte-me! – implorei ofegante, tentando empurrá-lo para longe de mim. 

O homem continuou me imobilizando e aproximou o seu rosto do meu. Pela primeira vez, fui capaz de ver sua face com clareza. Tão jovem e belo. Era um rapaz asiático, tinha a pele um pouco morena e um olhar penetrante, que demonstrava uma ferocidade instintiva. Estava ofegante. Sua boca era pequena, mas assim como uma fera faminta, ele escancarava os dentes de uma forma ameaçadora. Por um breve momento, me passou pela cabeça que ele pudesse ter os dentes caninos avantajados, assim como os vampiros que se vê na televisão. Mas não havia nada de diferente. Era apenas um homem comum com uma personalidade demoníaca. Porém, algo me chamou a atenção naquela aparência. Não só pelo seu rosto bonito, mas também pelo seu corpo atraente. Seus braços eram fortes, e através da camisa parcialmente desabotoada e molhada da chuva, podia-se ver seu abdômen altamente definido. Seus cabelos eram lisos e por cada mecha escorriam pingos de chuva, que caíam mornos sobre o meu rosto como se fossem lágrimas. Ele me olhava com uma expressão rancorosa, cheia de conflito. Por quê? Meu coração batia forte e descompassado. Talvez, por estar com os sentidos tão aguçados quanto os dele, consegui sentir uma leve fragrância de lavanda que emanava de seu corpo. 

Depois de tentar inúmeras vezes me desvencilhar das “garras” daquele predador, finalmente desisti de lutar. A exaustão tomou conta de mim. Agora, só me restava esperar que ele tirasse a minha vida, assim como fez com o homem que carregava as joias. Para minha total surpresa, a expressão feroz e assustadora do meu algoz foi desaparecendo aos poucos, dando lugar a uma nova expressão, que para mim, não fazia o menor sentido, já que ela estava cheia de pesar e dor. Uma sensação estranha invadiu minha alma naquele instante. Olhar nos olhos daquele homem era como mergulhar num poço profundo, capaz de deixar qualquer ser humano em total desespero. Porém, eu queria muito explorar aquele poço e essa sensação me deixou fascinada. Era a primeira vez que eu sentia algo tão apavorante e tentador ao mesmo tempo. Conflito. Um sentimento conflitante dentro de mim. 

Aos poucos, ele afrouxou os dedos cravados em meus pulsos. Fiquei completamente surpresa. Ele não vai mais me matar? – pensei. O rapaz-demônio se levantou e eu senti um grande alívio sobre as minhas pernas, que já estavam dormentes por causa do peso que ele fazia sobre mim. 

Mesmo estando livre, ainda não conseguia me mexer. Apenas fiquei quieta e muda, enquanto ele me encarava pela última vez e depois simplesmente se afastava e desaparecia na escuridão. Ainda deitada no chão, a única coisa que eu conseguia pensar naquele momento era: “Que diabos foi isso?”. 

Finalmente consegui me levantar meio desengonçada, ainda com as pernas dormentes, pálida e com o coração a mil. Toda aquela adrenalina me fez se sentir aquecida, mesmo com o frio insistente da chuva, que naquele instante permanecia amena, simplesmente uma neblina sussurrante. Dobrei na curva da viela, e por sorte, dei de cara com a estrada, que de agora em diante me levaria a salvo de volta para casa. 

Enquanto andava, sentia meu coração ainda batendo forte contra o peito. Não sei exatamente o que estava sentindo naquele momento, talvez um pouco de medo, ansiedade, exaustão. Porém, havia um sentimento predominante que insistia em me atormentar: fascínio. A vontade louca de conhecer a fundo o rapaz que me atacou e depois me deixou ir embora sem mais nem menos. A vontade incontrolável de saber qual o verdadeiro significado daquele olhar. O que ele era afinal? Um vampiro? Tipo aqueles que aparecem nos filmes? Por que ele matou aquele homem? Comecei a me sentir frustrada ao saber que as minhas perguntas não seriam respondidas. Olhei para trás na esperança de ver algo incomum. Mas o que eu estou fazendo? –perguntei a mim mesma. Depois de tudo o que aconteceu, eu quero vê-lo de novo? Só posso estar ficando louca. Talvez o choque de ver uma pessoa sendo assassinada na minha frente e depois o assassino pulando em cima de mim como se quisesse me devorar viva tenha me deixado com a sanidade mental abalada. 

Não demorou muito até que eu avistasse o ponto de ônibus há uns 50 metros de distância. Era como enxergar a realidade no meio do sonho confuso em que eu me encontrava. Corri. Cheguei ofegante à parada. Era como se meu chão tivesse voltado para debaixo dos meus pés. 

Esperei uns dez minutos até que o ônibus da meia-noite chegasse. Ao abrir a porta, o motorista me olhou com uma expressão incrédula, e depois de olhar para os meus pulsos quando segurei o corrimão fino da porta e adentrei no ônibus, ele voltou a me encarar de um jeito preocupado. Fiquei intrigada. Olhei para os meus pulsos e vi que eles estavam marcados. Droga! Como não percebi isso antes? E agora, como vou explicar isso para minha mãe? É provável que ela nunca mais me deixe ir para a universidade sozinha. Caminhei até o fundo do ônibus e me sentei numa poltrona vazia, ao lado da janela, ela estava tão quentinha e aconchegante que eu acabei cochilando um pouco. 

A mulher que me deu a luz se chamava Park Jin Ah. Super-protetora, extremamente sensível e temperamental, minha mãe sempre cuidou de mim, e mesmo quando eu ia passar as férias na casa de meu pai, ela me ligava três vezes por dia e não sossegava até que eu voltasse para debaixo de sua asa sã e salva. 

Meus pais se divorciaram logo depois que eu nasci. Na verdade, tudo começou quando minha mãe contou ao meu pai que estava grávida de mim. Empolgada e radiante, ela achava que meu pai iria pular de alegria quando soubesse de sua gravidez. Porém, não foi exatamente isso que aconteceu. Meu pai estava prestes a conseguir um emprego de engenheiro de campo, por isso, ele ficou furioso quando soube da “novidade”. Naquele momento, eles não poderiam ter filho algum, pois viveriam se mudando de um lugar para outro, sem residência fixa. Minha mãe ficou tão indignada que logo depois do meu nascimento, ela pediu o divórcio. 

Yoon Ju Moon, o homem que me deu seus genes, é um pai animado, caloroso e simpático. Quando minha mãe pediu o divórcio, ele ficou muito chocado e implorou dia e noite pelo seu perdão. Ele explicou que mesmo tendo dito que não queria um filho, sua opinião mudou quando me viu pela primeira vez e me colocou nos braços. Ele percebeu que eu era como um tesouro inestimável, a filhinha que ele amava com todo o seu coração. Porém, minha mãe estava muito magoada e também muito mais sensível do que de costume, por isso, ela não aceitou as desculpas e até hoje ainda guarda mágoa de seu ex-marido. 

Resumindo a história: Eu fui a culpada pela separação dos meus pais, e isso aconteceu antes mesmo de eu nascer. Felizmente, nenhum dos dois me culpava pelo fim de um romance que durou 17 anos. Mas a verdade é que, se minha mãe não tivesse sido tão cabeça dura e meu pai não tivesse desistido tão rápido e se casado novamente três meses depois, minha família ainda estaria inteira. 

Atualmente, eu moro sozinha com a minha mãe, enquanto meu pai mora em Seul, junto de sua esposa e seus outros dois filhos. Depois de muita insistência, meu pai conseguiu fazer com que minha mãe permitisse minha viagem à sua casa nas férias de verão. Sempre que eu ia para lá, era recepcionada de um modo caloroso pela esposa de meu pai e pelos meus meio-irmãos. Os quatro viviam como uma família feliz. Sempre que eu voltava para minha casa depois das férias, me sentia renovada. Porém, algo que me chateava verdadeiramente era o fato de saber que quando eu chegasse em casa, minha mãe estaria esperando com milhões de perguntas sobre “a outra família”. Sinceramente, tenho quase certeza de que ela ainda é apaixonada pelo meu pai, porém, quando se deu conta disso, já era tarde demais e ele já estava casado novamente. 

Nunca pensei em desfazer o que o meu nascimento provocou. Nunca odiei a mulher que vive com meu pai e muito menos destratei os meus irmãos. Ao contrario de muitos, eu acredito no destino. Acredito que certas coisas precisam acontecer. 

Enquanto pensava em minha família e aprofundava mais o sono, recostada na poltrona ao lado da janela, meu subconsciente começou a falar mais alto. Transportei-me para um lugar extremamente amplo, sereno e acolhedor. O céu estava muito azul, e havia poucas nuvens, que deixavam o sol livre para iluminar as ervas campestres. Um cheiro suave e refrescante de lavanda se espalhava por todo aquele lugar, era como estar no mais puro paraíso. Os mais lindos campos de lavanda. Porém, algo estava faltando. Esforcei-me para lembrar do que eu sentia falta, mas à medida que minha mente tentava alcançar alguma memória perdida, ela também começava a se afastar daquele lugar. Minha vista ficou embaçada e de repente uma pequena luz foi surgindo até que meus olhos finalmente se abrissem. Aquilo tinha sido apenas um belo sonho, e por algum motivo eu fui trazida de volta à realidade. 

Vi a luz fraca do celular no bolso da frente do meu casaco. Eu o tinha colocado no modo silencioso, mas a luz piscava indicando uma chamada. Esfreguei os olhos e tentei colocar a visão em foco, depois disso tirei o celular do bolso e quando olhei para a tela, tomei um susto. 

-DEZ CHAMADAS NÃO ATENDIDAS? – falei em voz alta, fazendo com que as duas pessoas que estavam sentadas do lado oposto do ônibus me encarassem de um modo repreensivo. 

Droga! Minha mãe definitivamente vai me matar quando eu chegar em casa. Talvez antes de me matar, ela caia em prantos dizendo que eu a fiz ficar doente de tão preocupada e que ela já estava pensando em me procurar num necrotério. Ela é muito dramática, e é nessas horas que eu me dou conta de que meu pai fez o certo em se casar com outra pessoa. 

Respirei fundo e tomei uma decisão: Vou ligar para ela. 

Apertei o botão “atalho” que ligava direto para o telefone residencial de minha casa, e esperei que a voz embargada da minha mãe atendesse. 

-Alô? Filha... é você? –ela atendeu, já demonstrando sinais de choro. 

Resolvi responder rápido e num só rosnado: 

-Sou eu, mãe. Só liguei pra dizer que estou bem e que vou chegar em menos de dez minutos. Quando eu estiver aí, explico o motivo do meu atraso. Tchau. 

-Mais filha, eu q... 

Desliguei o telefone na cara dela. Sim, eu sou cruel. Porém, era verdade que eu chegaria em menos de dez minutos, então, para quê ficar dando explicações por telefone? 

Não demorou muito e o celular voltou a piscar, anunciando uma nova chamada. Simplesmente ignorei. Minha mãe sabia exatamente o tipo de filha que tinha. Ela sabia muito bem da frieza que existia em mim. Porém, ainda restava uma questão pendente: Que desculpa vou inventar? Sim, pois de forma alguma poderia contar a verdade a ela. E mesmo que eu contasse, ela nunca acreditaria. Olhei mais uma vez para meus pulsos avermelhados. Era quase possível distinguir a marca dos dedos que outrora foram cravados neles com força. 

Finalmente cheguei em casa. Abri o portão enferrujado, que fez aquele rangido de sempre, e mal adentrei a porta quando minha mãe me abraçou desesperada, deixando-me quase sem ar ao me agarrar pelo pescoço. 

-Tae Hee! Você está bem? Está machucada? O que aconteceu? Já são quase uma hora da madrugada! 

Permaneci calada, ouvindo suas perguntas desenfreadas. Ela me observava da cabeça aos pés, e quando pousou os olhos sobre meus pulsos, soltou um grito abafado. 

-Meu Deus! O que aconteceu com seus pulsos minha filha? –perguntou ela, e seus olhos já estavam marejados. 

A aquela altura do campeonato, eu já tinha pensado numa desculpa perfeita. Puxei minha mãe até o sofá da sala, e nós nos sentamos próximas. 

-Mãe, hoje quando cheguei à faculdade, fui recebida com uma notícia muito triste. 

-Notícia? Triste? –ela perguntou um pouco confusa, sem saber que relação isso poderia ter com as marcas nos meus pulsos. 

-Meu professor de história contemporânea faleceu ontem à noite. 

Minha mãe arregalou os olhos e pôs a mão na frente na boca, mostrando-se chocada. 

-Oh meus Deus! 

-Ele teve um ataque cardíaco quando estava sozinho em casa, isso foi muito triste. Todos ficaram comovidos com a morte dele. Assim que entrei na faculdade, vi Yo Jin em prantos. 

-Pobre Yo Jin! E como ela está agora? –minha mãe perguntou, ela conhecia Yo Jin muito bem, e sabia que nós duas éramos melhores amigas. 

-Acho que já deve estar melhor. Depois das homenagens prestadas ao professor Chun, nós ficamos um bom tempo lá no departamento de História, estávamos bastante abaladas. Por isso, eu acabei chegando muito atrasada no trabalho e depois tive que ficar até mais tarde, para compensar o atraso com hora extra. 

Minha mãe não deve ter acreditado no “Estávamos bastante abaladas”, por que assim que eu falei, ela me mostrou uma cara de desconfiança (como eu disse antes, minha mãe conhecia a frieza que existia dentro de mim), porém, ela também sabia que eu e minha melhor amiga éramos completamente opostas, e que Yo Jin era o tipo de garota emotiva, sendo assim, provavelmente eu teria ficado consolando-a (o que não deixa de ser um pouco verdade) até o final da tarde. 

-Você poderia ter pelo menos pedido um dia de folga! –ela reclamou, encarando-me com esperteza. 

-Eu sei... Mas você também sabe que eu só falto o trabalho quando estou realmente doente. 

-E o que aconteceu com seus pulsos? –ela insistiu. 

Abaixei a cabeça e olhei mais uma vez para meus pulsos. Uma onda de frustração se espalhou sobre mim. Aquele rapaz havia me deixado uma marca, não só uma marca física, mas também uma marca em minha alma. Ele matou uma pessoa na minha frente e sugou todo o seu sangue. Aquilo ficaria guardado na minha memória para sempre, e por mais que fosse assustador, apavorante, nojento e cruel, não havia meio de arrancar aquele fascínio inescrupuloso que assombrava o meu ser. 

-Um pequeno acidente de trabalho... – respondi, tentando disfarçar o nó na garganta que eu estava sentindo. - Acho que fiquei pensativa demais e acabei me distraindo na hora de preparar os pedidos dos clientes... Você sabe que eu não do tipo sentimentalista, mas é que talvez esse acontecimento tenha me pegado de surpresa... 

Não sei ao certo qual foi o motivo, mas naquele momento minha voz começou a ficar embargada e meus olhos se encheram de lágrimas. Minha mãe ficou assustada ao me ver tão sensível daquele jeito. 

-Tae Hee! 

Ela me abraçou, e dessa vez foi de um jeito mais acolhedor. Enquanto me abraçava, minha mãe dizia palavras reconfortantes como “não fique assim, a morte faz parte da vida”. Porém, o que ela nem sonhava em saber era que eu não estava chorando pela morte do professor Chun, e sim pelo conflito de sentimentos que habitava a minha consciência naquele momento. 

Pouco tempo depois já estava deitada em minha cama, tentando pegar no sono. Infelizmente não foi tão fácil assim. Passei algumas horas encarando o teto e em alguns momentos até conseguia ver olhos ferozes me encarando. Aos poucos a expressão feroz se enchia de pesar, transformando-se numa expressão confusa que ficou vagando pela minha mente, até que eu finalmente pegasse no sono. 

No dia seguinte, fiquei em casa, pois não haveria aula por causa do luto. Minha mãe insistiu para que eu ligasse para a cafeteria avisando que não iria trabalhar por que estava doente. É claro que relutei, pois não queria ficar o dia todo em casa e se eu fosse trabalhar, talvez pudesse ter a oportunidade de encontrá-lo novamente (e era tudo o que eu queria), porém minha mãe, como era de se esperar, não me deu outra escolha e eu tive que ceder. 

O dia passou rápido e logo a noite chegou. Na maior parte do tempo, fiquei vendo TV ou navegando na internet (e me peguei pesquisando “vampiros” no Google - isso foi uma coisa idiota). Resolvi ir dormir mais cedo, pois no dia seguinte teria minha rotina normalizada, acordando antes das seis da manhã e indo para a faculdade. Desta vez, o sono até que chegou rápido, e por algum motivo, voltei a ter o mesmo sonho que tive quando cochilei no ônibus no dia anterior: Campos de lavanda. E assim como da última vez, fiquei com aquela sensação de que algo estava faltando. 

O despertador tocou. Levantei rapidamente da cama e fui tomar um banho que durou pouco mais de 5 minutos. Procurei uma roupa que eu não estivesse acostumada a vestir, e depois de vesti-la me senti como se fosse outra pessoa. Fiz uma trança simples nos meus cabelos (um penteado que eu nunca fiz em mais de dois anos de faculdade), por fim, desci as escadas e fui até a cozinha. 

-Oi, filha! Acordou cedo hoje! –minha mãe disse, olhando para o relógio digital na parede da cozinha. 

-Vou ajudar a senhora a preparar o café da manhã! – respondi, e ela me olhou de um jeito estranho, passando os olhos desde o topo da minha cabeça até as pontas dos meus pés. 

-O que aconteceu com você hoje? Está tão diferente! 

-Não aconteceu nada! Só resolvi mudar um pouco! Posso te ajudar a preparar o café da manhã ou não? Quatro mãos trabalham mais rápido do que duas! 

Minha mãe me encarou como se não estivesse reconhecendo a própria filha. Ela apenas balançou a cabeça em sinal de aprovação, permitindo que eu a ajudasse a fazer a comida. 

Depois de preparar um café da manhã farto e saudável, comi tudo sem pressa, apreciando o gosto de cada aperitivo. Minha mãe ficou me observando com uma expressão incrédula no rosto, pois eu sempre comia rápido e logo saía correndo rumo à parada de ônibus. Quando acabei de comer, apenas me levantei de um jeito bem preguiçoso e olhei para o relógio, que ainda marcavam seis e meia da manhã. 

-Tenho que ir, senão chegarei atrasada... – falei, e minha mãe saiu de seu transe, assustando-se com a minha voz. 

-Você sempre sai de casa às sete... – ela respondeu, olhando para o relógio novamente. 

-E por isso sempre chego meia hora atrasada para a primeira aula. –retruquei, olhando para ela de um jeito sereno. 

-Nossa, filha, eu não sabia disso! 

-Tudo bem, não se preocupe, o professor só chega quase as oito mesmo... – falei, deixando escapar um sorriso e fazendo com que ela ficasse menos preocupada. 

Passei pelo portão enferrujado e acenei para minha mãe. Ela, como sempre fazia, acenou de volta e me observou enquanto eu caminhava em direção à parada de ônibus. 


“Pela primeira vez, eu senti que o destino estava me dando uma chance de fazer tudo diferente, de sair da rotina a qual eu me encontrava e viver uma vida muito mais emocionante.” 


Cheguei à faculdade com um sorriso largo no rosto, cumprimentei o guarda, que se contagiou com o meu sorriso e também sorriu de volta, e logo entrei na minha sala, que não estava muito cheia, pois ainda eram sete e meia da manhã. 

Yo Jin estava sentada no lugar de sempre, bem no centro da sala e exatamente de frente para a mesa do professor. Sentei-me ao lado dela e ela me olhou com uma expressão confusa no rosto. 

-Quem diabos é você? – Yo Jin perguntou, fingindo que não me conhecia. 

-Ah não! Até você vai ficar me olhando com essa cara? Qual o problema em mudar um pouco? –resmunguei, revirando os olhos e cruzando os braços. 

-Não tem problema nenhum em mudar, a questão é que você NUNCA muda! É perfeitamente plausível que eu fique espantada com esse seu “novo” visual! 

-Mas eu não fiz nada demais! Só estou usando uma roupa diferente e um penteado retrô! 

-E isso com certeza foi um grande avanço! –ela riu. - Agora, me diz uma coisa, o que fez você mudar assim tão de repente? 

-Não sei... Talvez os últimos acontecimentos... 

Yo Jin e eu passamos alguns minutos conversando. É claro que eu não contei nada sobre o que tinha acontecido comigo no dia em que soubemos da morte do professor Chun. Quando nos demos conta, a sala já estava cheia e vários estudantes cochichavam entre si. Estranhei todo aquele alvoroço. 

-O pessoal parece mais agitado hoje. –pensei alto e Yo Jin concordou com um aceno de cabeça. 

-Todos estão ansiosos para saber quem vai ser o novo professor de história contemporânea! – ela falou, animada, e eu franzi minha testa. 

-Já contrataram um professor substituto? –perguntei. 

-É claro que sim! Correm boatos de que o novo professor é um gênio e que até já lecionou em Harvard! 

-Então ele é estrangeiro? 

-Aí é que está o grande mistério! Também estão correndo boatos de que ele nasceu aqui em Cheonan e não é um estrangeiro! 

-Nossa! Se isso for mesmo verdade ele deve ter muita sorte, ou simplesmente deve ser um gênio como disseram! 

Enquanto conversávamos, a porta da sala se abriu e por ela passaram dois homens. O primeiro era o diretor Jang Sang Woo, que estava com um sorriso de orelha a orelha. Quando inclinei minha cabeça para observar o outro homem, quase soltei um grito. Apesar das roupas elegantes e o cabelo penteado, aquele rosto era completamente familiar. Os olhos, que naquele momento já não refletiam mais ódio, dor ou confusão, pareciam serenos, e um sorriso contido, quase imperceptível, desenhava-se em sua expressão calma, bem diferente daquela que eu vi quando ele havia me atacado com toda sua fúria. 

Sim. Era ele. Aquele rapaz que me fez chorar de tanta frustração. Uma criatura que eu não sabia bem o que era. Ele estava ali, bem na minha frente, há alguns metros de distância. 

Meus olhos estavam arregalados, e apesar de meus sentidos estarem atordoados naquele momento, pude ouvir a voz animada do diretor Jang ecoando pelas paredes da sala: 

-Caros estudantes do terceiro período de História, eu lhes apresento o professor substituto... Kim Jin Ho! 





.................................................................................................................................


Curiosidades:

// De onde tirou os nomes dos personagens?

Bom, como vocês podem observar, praticamente todos os nomes são coreanos (isso é óbvio, afinal, a história se passa na Coréia do Sul rsrs). Foi realmente difícil escolher os nomes dos personagens. Apesar de que eu já tinha "exemplos" de nomes coreanos dos dramas que eu já assisti, é muito difícil compor nomes coreanos, pois para nós ocidentais, não há muita facilidade em distinguir os nomes que podem ser dados a homens ou a mulheres. Na verdade, o meu maior medo era colocar um nome masculino num personagem feminino e vice-versa. Por isso eu pesquisei bastante e acabei descobrindo algumas regras. É claro que ainda fico insegura pensando se o nome é realmente adequado, mas por enquanto, acho que não fiz grandes estragos rsrs