terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Amigos de infância - Capítulo 4

Olá pessoas! Feliz Natal!

Hoje, nessa véspera de Natal, venho trazendo para vocês o capítulo 4 da fanfic de Skip Beat, Amigos de Infância.

Sei que estou muito atrasada com as minhas fanfics, já fazia 4 meses que eu não postava nenhum capítulo novo de Amigos de Infância. Digamos que, nesses últimos meses, eu andava sem inspiração para inventar histórias rsrs

Bom, mas vamos logo ao que interessa! Confiram o capítulo a seguir, espero que gostem!


Capítulo 4

O barulho estridente do sinal ressonou nos ouvidos dos alunos e a aula chegou ao fim. A professora ainda ficou na sala, organizando papeis em sua mesa, enquanto a maior parte dos estudantes, aliviados, colocava seu material escolar dentro da bolsa e levantavam de suas cadeiras rapidamente, saindo às pressas pela porta da classe e andando rumo à saída do colégio. Alguns grupos conversavam animados, já outros, preferiam ficar em silêncio contemplando a bela e fresca paisagem dos arredores.

Enquanto Kyoko e Shotaro faziam a mesma trajetória rumo ao portão de saída da escola, novamente Kyoko observava com uma expressão cabisbaixa os olhares revoltosos de algumas garotas em sua direção. A situação parecia estar ficando pior a cada dia, e isso a deixava bastante apreensiva. De repente, seu olhar se cruzou com o de Karin. O susto foi tão grande que seu coração foi a mil em questão de segundos, e numa reação quase instantânea, ela se encolheu, tentando sair do campo de visão daquela garota diabólica. Shotaro logo percebeu o movimento peculiar de Kyoko.

-Você está muito estranha hoje... –resmungou o garoto, com uma expressão vazia, e logo depois seu olhar se deteve na bolsa da Kyoko. –O que aconteceu com a sua bolsa? Por que ela está toda amarrotada e suja desse jeito?

Kyoko sentiu uma pontada de vergonha.

-É... É que eu... –gaguejou ela, tentando esconder a bolsa para que o garoto não visse o estrago que haviam feito.

-O que exatamente você estava fazendo com as suas amigas? Algum tipo de joguinho estranho? –perguntou ele, e sua expressão estava mais séria do que curiosa.

Ao ouvir a palavra “amigas”, Kyoko se sentiu um pouco revoltada e logo depois teve um calafrio que tomou conta de seu corpo, pois acabara de lembrar da expressão sádica que Karin e suas seguidoras fizeram quando jogaram seu material escolar no chão.

-ELAS NÃO SÃO MINHAS AMIGAS! –respondeu Kyoko, num tom de voz mais alto do que ela costumava falar, e Shotaro a encarou com uma expressão de surpresa.

-O que há de errado com você? Aconteceu alguma coisa? – interrogou ele, parecendo preocupado.

-Não... –antes que a garota pudesse inventar alguma desculpa, Shotaro se aproximou e pôs sua mão na testa dela. O coração de Kyoko novamente foi a mil, mas desta vez não foi por susto ou medo, e sim por que seu coração sempre disparava quando Shotaro chegava tão perto dela e a tocava daquela forma.

-Será que está com febre? –perguntou ele, enquanto verificava a temperatura de Kyoko. – Humm... Acho que não... Sua temperatura parece normal...

A garota já estava ficando corada de tanta vergonha, e os olhares curiosos dos outros estudantes só pioravam a situação. Ela até podia ouvir alguns cochichos, provavelmente vindos de alguns fofoqueiros que costumavam inventar histórias de romance sobre os dois.

-Sho-san! O que está fazendo? Eu estou bem! –disse ela em tom de desaprovação e logo afastou a mão do garoto de sua testa. –Todos estão olhando para nós!

Shotaro a encarou despreocupado e depois olhou ao redor.

-Bobagem! Quem poderia achar que um garoto como eu... Com uma garota como você...

Ele acabou sendo interrompido por uma vozinha fina e irritante que o chamava.

-Fuwa-kun! Fuwa-kun! Como você está incrível hoje! –disse Karin, enquanto se aproximava do garoto, acompanhada de suas duas amigas valentonas.

Shotaro fez uma cara de bobo e fingiu não ouvi-la, apenas a ignorou e apressou o passo. Porém, ela insistiu.

-Fuwa-kun, eu sei que você não costuma sair com garotas mais velhas que você, mas... Será que você poderia abrir uma exceção e me acompanhar no festival amanhã? – Karin fez beicinho e juntou as mãos, implorando. – Podemos ir juntos ao festival? Por favor, por favor! Assim poderemos nos conhecer melhor!

O garoto finalmente parou de caminhar e a encarou, nesse momento ele se deu conta de que ela era a mesma garota que estava conversando com Kyoko antes da aula.

-Achei que você fosse amiga de Kyoko, mas acho que estava enganado... Ela nem sequer te contou... Ou por acaso ela te contou? –perguntou ele, e Karin fez uma cara de desentendida, parecendo confusa com o que Shotaro estava tentando dizer.

-Contar o quê? –interrogou Karin, sem entender nada.

-EU ODEIO ESSES FESTIVAIS IDIOTAS E COISAS DO TIPO! E EU ODEIO AINDA MAIS QUEM ME PERTURBA COM ESSES CONVITES IRRITANTES! – disse ele em voz alta e de maneira bastante rude, fazendo com que todos olhassem na direção deles.

Depois, o jovem voltou a caminhar até a saída do colégio, sem olhar para trás.

Kyoko permaneceu estática por alguns segundos, de olhos arregalados e bastante surpresa com o que o garoto acabara de falar, porém, logo depois correu atrás dele e o acompanhou.

-Sho-san! Espere por mim! –disse ela.

Karin apenas observou os dois se distanciando. Até pensou em insistir com o convite para o festival, mas o fora que levou despertou nela uma vergonha que nunca antes havia sentido em sua vida. Todos estavam olhando para ela, cochichando e rindo, provavelmente zombando dela. Karin estava tão constrangida que mal conseguia se mover.

-Karin, você está bem? –perguntou uma de suas amigas, mostrando-se preocupada ao ver a expressão de choque e vergonha que a garota mantinha em sua face.

A garota respirou fundo, engoliu o choro e secou as lágrimas que se formavam no canto de seus olhos.

-Estou bem. –disse ela rigidamente, erguendo a cabeça e ignorando os olhares maldosos, como se nada tivesse acontecido. Suas amigas apenas entreolharam-se confusas e a acompanharam.

Enquanto caminhavam de volta para casa, Kyoko e Shotaro permaneciam muito calados e sérios. Um clima estranho entre os dois pairava no ar. Porém, como sempre, Shotaro quebrou o silêncio:

-Qual o problema? Por que está tão calada? –perguntou ele um pouco encabulado, e não se atreveu a olhar para Kyoko.

-E-E-Eu? –gaguejou a garota, que foi pega de surpresa enquanto se mantinha perdida em seus pensamentos. –Eu... Só estou pensando... hehe –disse ela sem poder esconder o nervosismo.

Shotaro cruzou os braços e se meteu na frente da garota.

-Pode perguntar! –disse ele encarando-a. Kyoko permaneceu parada e sem dizer uma palavra sequer. O garoto, que sempre perdia a paciência devido ao seu gênio forte, acabou explodindo:

-VAMOS! PERGUNTE LOGO! EU SEI QUE VOCÊ QUER ME PERGUNTAR! –disse ele em voz alta de maneira rude, e a pobre Kyoko se assustou.

-Tudo bem! Tudo bem! Tudo bem! Eu vou perguntar! Mas por favor, não fique bravo comigo! –implorou a garota, tremendo de medo.

-Eu sei muito bem que quando você fica quieta desse jeito é por que você quer me perguntar alguma coisa, mas não pergunta por que tem medo que eu fique bravo, então... Pergunte logo! Não tem como eu ficar mais chateado do que já estou! –ralhou o garoto, suspirando como se estivesse tentando recuperar sua paciência.

Kyoko o encarou por alguns segundos e, quando ele já estava prestes a gritar com ela novamente, ela falou:

-EUQUERIASABERPORQUEVOCÊDISSEPARAAQUELAGAROTAQUEVOCÊNÃO...

-STOP! –exclamou o garoto. –Calma... Calma... Fale com calma... –disse ele com uma voz serena e pausada, enquanto gesticulava com as mãos lentamente, como se estivesse aconselhando alguém a controlar sua fúria.

-Tudo bem... Estou calma... Estou calma... –disse a garota, e inspirou profundamente antes de começar sua pergunta. –Sho-san, eu gostaria muito de saber... Estou realmente curiosa para saber o motivo de você ter dito àquela garota que você não gosta de festivais, sendo que, na verdade, você ama festivais desde que foi pela primeira vez com os seus pais quando tinha 5 anos de idade... Por que você disse a ela que não suporta festivais?

Shotaro cruzou os braços novamente e deu uma risadinha de deboche.

-Então é isso que queria me perguntar? Achei que isso parecesse óbvio para você! Ora, eu só disse aquilo para me livrar daquela garota chata! Como eu poderia sair com ela depois do que ela fez com a sua bolsa? Inventar uma desculpa e dizer que eu não gosto de festivais foi bem mais gentil do que se eu tivesse dito a ela: “Eu não gosto de você, saia da minha frente sua garota estúpida, não quero te ver nem pintada de ouro!”–respondeu ele com um olhar cheio de segurança.

Kyoko ficou lívida com a resposta tão sincera do garoto.

-C-C-Como v-você sabe que foi ela que estragou a minha bolsa? –perguntou a garota, ainda chocada.

-Eu não sou idiota, a única coisa que fiz foi ligar os fatos! –respondeu ele, impaciente. -Antes de você entrar na sala, aquela garota estava te cercando, e depois, você acabou não entrando na sala e quando voltou atrasada, estava toda amarrotada e com uma cara de quem havia chorado. No final da aula, quando saímos e você viu aquela garota de novo, ficou se escondendo como se fosse um ratinho amedrontado!

Kyoko abaixou a cabeça, envergonhada, e nesse momento teve um pequeno flashback do momento em que estava procurando sua mochila que havia sido jogada pela janela. Quando finalmente encontrou a bolsa, a pobre garota se sentiu tão humilhada que se pôs a chorar, e chorou tanto que suas lágrimas acabaram regando o pequeno canteiro de gardênias, onde ironicamente, ela havia encontrado sua mochila.

-Então você percebeu que eu tinha chorado? –perguntou ela, com um olhar triste e constrangido.

-É claro que sim! Seus olhos estavam inchados e vermelhos! –disse ele, e mostrou-se incomodado. –Acha mesmo que eu teria defendido você diante de todos os alunos da nossa turma se não tivesse percebido que alguma coisa ruim havia acontecido? Você sabe muito bem que odeio quando você chora!

-Desculpa... Eu não pude evitar...

-Argg! Como você pode ser tão complicada? Eu não estou pedindo para você se desculpar! Apenas... Apenas não deixe que essas idiotas façam mal a você!

Kyoko assentiu com a cabeça e sorriu docemente.

-Ah! Sho-san! Tenho mais uma pergunta! –insistiu a garota.

Shotaro soltou outro suspiro de “lá vamos nós de novo”.

-O que foi agora? O que quer perguntar?

-Sho-san, e o festival? O que você vai fazer a respeito do festival?

O garoto encarou Kyoko de um jeito estranho e pensativo. Depois de uma longa pausa, finalmente perguntou com um sorriso no rosto:

-humm... Vamos juntos?





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