domingo, 31 de março de 2013

O Príncipe de Cheonan (capítulo 4)



Oi pessoal! 
Esta postagem está sendo feita às três horas da manhã, estou com tanto sono que minha cabeça parece que está do tamanho de um balão rsrs 
Bom, antes de vocês conferirem mais um capítulo de O príncipe de Cheonan, gostaria de avisar que o capítulo quatro de A parede de Cristal já foi reformulado (cliquem aqui para ler).

Bom, então vamos ao que interessa antes que eu desmaie em frente ao PC:


Capítulo 4 – Lembranças do passado 

“Será verdade que existe uma linha tênue entre o presente e o passado? Nós, seres humanos, sempre estamos buscando alguma forma de nos sentirmos completos. Porém, de onde tiramos essa ideia de que precisamos de alguém para nos completar? Esse alguém, será que já nos vimos antes? Será que no passado, tivemos uma história juntos?”. 

Minha visão estava muito embaçada, e minhas pernas já não tinham mais forças suficientes para se equilibrarem. A última coisa que vi antes de desmaiar foram os olhos preocupados de Jin Ho, que me segurava pelos braços e tentava manter-me de pé. 

Por um breve momento, fui transportada para um lugar muito diferente. Podia sentir um leve frescor sob a luz do sol, acompanhado de um cheiro forte de lavanda e o barulho das folhas ao vento. Havia alguém com os mesmos olhos de Jin Ho, e assim como antes, ele também tentava manter-me de pé, porém minhas pernas fraquejavam e eu desfalecia em seus braços. Podia ouvir sua voz desesperada, gritando, chorando, pedindo-me e suplicando-me para que recobrasse a consciência, porém, suas súplicas eram em vão. Meus olhos se fecharam sob a luz ofuscante do sol e os gritos daquele homem silenciaram-se. 

-Senhorita Tae Hee? Acorde, senhorita Tae Hee! – uma voz feminina soou nos meus ouvidos. 

Abri meus olhos lentamente e a primeira coisa que vi foi uma mulher alta de jaleco branco. 

-Senhorita Tae Hee? Você está bem? –ela perguntou. 

Levantei-me com dificuldade e percebi que estava na cama da enfermaria. Senti uma dor incômoda no pulso. Foi então que finalmente recordei o que havia acontecido minutos antes. Meu braço estava enfaixado com um curativo, e a médica Huwan me encarava com uma expressão desconfiada através de seus óculos redondos. 

-O professor Kim me disse que você não estava se sentindo bem e que por isso ele te trouxe até a enfermaria. Fiquei bastante preocupada quando percebi que você tinha perdido a consciência. Perguntei ao professor se o machucado no seu braço poderia ser o motivo de seu desmaio, mas ele me disse que você já estava assim quando veio estudar hoje cedo. 

Olhei para meu pulso enfaixado e, por um momento, quase perguntei quem havia feito aquele curativo, mas pelo que tudo indicava, não havia sido a médica, portanto, só havia mais uma pessoa que poderia ter feito aquilo: Kim Jin Ho. 

-Talvez eu possa dar uma olhada no seu ferimento, sim? –perguntou a médica Huwan, já segurando meu pulso e prestes a retirar o curativo. 

-Erm... Acho melhor não... 

-É só uma olhadinha rápida, pode ser que esteja inflamado... Eu faço um novo curativo... 

-Doutora Huwan! –uma estudante chamou à porta. –Parece que temos um problema no banheiro feminino! Alguém se feriu! 

-Omo! Estou indo para lá imediatamente! –ela respondeu. –Tae Hee, espere um pouco aqui, eu já volto num segundo e olho o seu machucado! Não saia daqui! 

-Tudo bem – respondi ainda confusa. 

Doutora Huwan saiu apressada pela porta da enfermaria, tornando o barulho de seus passos velozes e descompassados distantes, à medida que ela se afastava no corredor em direção à ala estudantil, rumo ao banheiro feminino. Não demorou muito e os passos voltaram a se aproximar, porém, desta vez, eram passos largos e firmes. 

De repente, alguém adentrou rapidamente pela porta e me puxou pelo pulso esquerdo, provocando-me uma dor infernal. 

-Ai! Solte-me! Está me machucando! –reclamei. 

-Temos que sair daqui, rápido, antes que ela volte! –disse Jin Ho, e sua expressão parecia amedrontada. 

A princípio me senti assustada ao vê-lo, porém, logo uma irritação brotou de minhas estranhas. 

-Por que é que você me trouxe aqui em primeiro lugar, afinal? –perguntei aborrecida. –Por acaso estava querendo que todo mundo descobrisse o que fez comigo? Queria estragar seu disfarce? 

-Eu precisava estancar o sangramento e fazer um curativo em seu pulso!- ele respondeu, soltando meu pulso esquerdo e mudando de posição para segurar o meu outro braço. -Esperei até que a médica saísse da enfermaria, mas ela acabou voltando antes do que eu previ e por isso tive que inventar uma desculpa qualquer! 

-Então foi por isso que você disse que eu já estava com esse curativo no braço? 

-Sim! Mas vamos conversar em outro lugar, temos que sair daqui! Rápido! 

Jin Ho me puxou pelo braço e atravessamos a soleira da porta correndo. Ficamos estáticos quando avistamos a doutora parada na curva do corredor, porém, ela não nos viu, pois estava de costas conversando com uma estudante. 

-Rápido! Vamos entrar ali antes que ela nos veja! – sussurrou Kim, e me puxou pelo braço novamente até chegarmos a uma sala no lado oposto do corredor, onde entramos e nos escondemos. 

-Quando ela chegar à enfermaria e não me ver lá, não acha que o primeiro lugar que ela irá me procurar será aqui? – sussurrei ainda aborrecida, num tom de deboche. 

-Espera! – sussurrou Jin Ho, olhando pela fresta da porta. – Tudo bem, já podemos sair! 

-Hã? Sair? 

-Vamos! 

Saímos da sala e rapidamente passamos pelo corredor vazio. 

-Onde ela está? -perguntei, olhando para todos os lados. 

-Provavelmente acabou de entrar na enfermaria e está procurando por você! Temos que correr antes que ela nos alcance! 

Jin Ho continuou segurando firme meu braço e corremos até o bloco de salas de aula, onde procuramos outra sala vazia para nos escondermos. Finalmente, depois de muitos corredores e salas ocupadas, encontramos uma sala em obras, que naquele momento estava vazia. 

-Acho que aqui ela não vai nos encontrar! –disse Kim. 

-Assim espero... –retruquei ofegante, tentando recuperar o fôlego. 

Sentei-me numa cadeira empoeirada perto da porta e apertei meu pulso machucado, que estava doendo bastante. Ainda podia sentir os dentes de Jin Ho, como se eles continuassem cravados em minha pele. Soltei uns gemidos involuntários. 

-Seu idiota! Porque fez isso comigo? Eu achei que você ia sugar todo o meu sangue até me matar! 

Jin Ho olhou para mim de um jeito preocupado. 

-Des... Desculpe, acho que exagerei... Tome isso, vai fazer você se sentir melhor. -disse ele, oferecendo-me uma barra de chocolate que acabara de tirar de seu bolso. –Precisa se alimentar... Você perdeu muito sangue! 

-E DE QUEM É A CULPA POR EU PERDIDO TANTO SANGUE? –levantei-me bruscamente da cadeira alteando a voz, e Jin Ho imediatamente tapou minha boca com uma de suas mãos. 

-Fala baixo! Alguém pode nos ouvir! 

Novamente estávamos muito próximos, e eu podia sentir meu coração acelerar à medida que nossos olhos se encontravam naquela pequena distância que nos separava. Quando ele me deixou respirar novamente, tomei coragem e perguntei: 

-Eu... Eu vou me transformar numa... Vampira? –minha voz estava trêmula pelo medo de ouvir a resposta. 

-Hã? O quê? 

-É que você... Você me mordeu, então eu achei que... 

Jin Hoo me encarou de um jeito sério. Posteriormente, sua expressão foi mudando aos poucos, até se transformar num sorriso de orelha a orelha, que depois deu lugar a uma gargalhada desenfreada. 

-HAHAHAHAHAHAHA! Fala sério, você ainda acredita nisso? –debochou ele. 

-Mas você me disse que era um vampiro, então eu pensei... 

-Sim! De fato eu sou um vampiro, mas... Acho que os humanos inventam muitas besteiras sobre nós, inclusive essa mentira de que podemos transformar outras pessoas em vampiros! 

-E vocês não podem? 

-Não, não podemos! 

-Então de onde surgiu essa história de que humanos podem se transformar...? 

-O poder... 

-O quê? 

-O poder... Os humanos querem o poder... Os humanos tem inveja de nós, eles desejam ser como nós! –respondeu Jin Ho num tom sério e confidente, quase como se estivesse conversando com alguém que ele conhecia há anos. 

-Nós? A quem você se refere como “nós”? –perguntei, enquanto encarava-o de um jeito desconfiado. 

-A quem me refiro...? Não é óbvio? Nós, aqueles que são vampiros, ora! – respondeu ele meio desconcertado, desviando seu olhar. 

-Que estranho, por um momento eu tive uma leve impressão de que você estava me incluindo nesse “nós”, quase como se estivesse querendo dizer que EU também sou como você... Mas eu não sou uma vampira, sou? 

Kim soltou um suspiro de exaustão e fingiu estar pensativo por alguns segundos. Depois de uma curta pausa, finalmente respondeu: 

-hum... Não acho que você seja uma vampira, afinal, eu provei você, e tem de gosto de humana! -ele riu. 

-Idiota! –retruquei. Depois disso, fiquei encarando-o em silêncio. Aquele rosto imprevisível se tornava cada vez mais familiar para mim. Ele enfeitiçava-me, deixava-me fraca e despertava o pior de mim. Era como estar dentro de um redemoinho de emoções. 

–Nós... Nós já nos conhecemos? –perguntei confusa. 

Jin Ho me olhou como se eu fosse maluca. 

-Hã? Como assim? Não foi você mesma que disse que se lembrava muito bem de mim? Nós nos conhecemos naquela viela escura, esqueceu? 

-Não! Não estou me referindo a isso, estou perguntando se já nos conhecemos ANTES daquele incidente desagradável de dois dias atrás! 

-Não entendo o que está querendo dizer, como poderíamos nos conhecer antes disso? 

-Não sei... Tem certeza que já não nos vimos antes? Durante uma manhã de sol, talvez? Ou há alguns anos atrás? 

-Não, claro que não! 

-Tem certeza? Por que estou tendo uma sensação estranha de que já te conhecia mesmo antes do incidente! 

-Definitivamente nunca nos vimos antes... – Jin Ho desviou o olhar e pareceu abalado com minha insistência. 

Quanto mais próximo ele ficava, e quanto mais tempo ele ficava perto de mim, mais eu sentia que já o conhecia de algum lugar, antes mesmo do incidente naquela viela escura. Será que a perda de sangue estava me deixando louca? Talvez eu estivesse apenas delirante. 

-Naquele dia, você... Por que você não me matou? –perguntei. 

Jin Ho voltou a me encarar e respondeu de um jeito sério: 

-Não mato inocentes... 

O quê? Ele não mata inocentes? O que ele quer dizer com isso? Pensei. 

-Então, aquele homem que você apunhalou pelas costas...? 

-Ele era um ladrão de joias. Eu já o perseguia por algum tempo. 

-Então você é como aqueles defensores da justiça? Está usando seus poderes para ajudar as pessoas? 

Jin Ho soltou uma risadinha de deboche. 

- Acho que você anda lendo mangás demais! 

-Hein? 

-Eu não sou herói nem coisa parecida... Só preciso me alimentar, e para isso, eu mato aqueles que não fazem bem à sociedade, desta forma, não causo nenhum prejuízo, pelo contrário, só livro a humanidade de sua escória. 

-Mas... Mesmo que sejam criminosos... O que você faz é errado, está apenas agindo como um assassino egoísta que não pensa no bem de outras pessoas! 

-Desde quando você se preocupa com o bem de outras pessoas? Você nunca foi assim! 

-Hã? Como sabe que tipo de pessoa eu sou? Nós nos conhecemos há dois dias! O que você sabe sobre mim? 

-Eu não... O que estou querendo dizer é que... E você? E o que VOCÊ sabe sobre mim para ter o direito de me julgar desse jeito? 

-Agora eu sei que você trata as pessoas como se fosse carne roubada do frigorífico! 

Jin Ho pareceu ficar irritado com minhas palavras rudes. 

-Não me importo com o que você pensa! E se fosse assim como diz, então os humanos também devem ser considerados como assassinos, pois eles matam outros animais para se alimentar! 

-É diferente! –retruquei. 

-Diferente? Como? –perguntou Jin Ho num tom de deboche. 

-Nós dois somos semelhantes! Apenas algumas diferenças separam as nossas espécies! Os vampiros e os humanos, que diferença visível há entre nós? Até você mesmo finge ser um humano! Todos nós temos consciência e sentimentos! 

-E só por causa desse mero detalhe, eu devo abster-me do meu alimento e morrer de fome? 

-Como você pode ser tão cruel? 

-Os humanos também são cruéis! –retrucou Kim. – Então quer dizer que só porque não são parecidos com vocês e não demonstram sentimentos, não há mal nenhum em matar vacas, francos, porcos e peixes? 

-Não foi isso o que eu quis dizer... 

-Você não sabe argumentar... Acha que o mundo é um conto de 
fadas? 

-Eu... Eu... 

-E além do mais, eu deveria ter matado você também! Afinal, você foi uma testemunha! Agora, por causa da minha BONDADE, tenho de ficar ouvindo essas baboseiras de uma garota idiota e INFANTIL! –disse Jin Ho num tom de voz enérgico. 

Fiquei furiosa com essas palavras. Quem ele pensa que é para me chamar de garota idiota e infantil? O que ele sabe sobre mim? E por que ficou tão bravo por eu tê-lo chamado de assassino? Ora! Essa é a mais pura verdade, é isso que ele é, um assassino! Porém... 

-AH É? –perguntei num tom irônico e desequilibrado, completamente fora de mim. -ENTÃO ME DIZ, POR QUE VOCÊ NÃO ME MATOU? POR QUÊ? HEIN? EU SOU UMA TESTEMUNHA! VOCÊ TEVE DUAS CHANCES PARA FAZER! SE QUISESSE ME MATAR DE VERDADE, JÁ TERIA FEITO! 

Jin Ho me encarou com os olhos arregalados e levantou o braço de forma brusca como se quisesse me agredir. Meu último argumento pareceu afetá-lo intensamente, porém, depois de passado o susto, ele finalmente abaixou a mão. Ainda mantinha em seu rosto uma expressão desesperada, furiosa e impotente, parecida com a expressão de quando nos vimos pela primeira vez. No entanto, para descarregar sua raiva, ele socou a parede, fazendo um barulho alto que ecoou em todas as direções. O impacto do soco deixou a parede rachada e sua mão ferida, porém, diante dos meus olhos, o machucado em sua mão curou-se rapidamente. 

-É MELHOR VOCÊ NÃO DIZER NADA DISSO A NINGUÉM! SENÃO EU MATO VOCÊ! – ameaçou Jin Ho, e essas foram suas últimas palavras antes de ele abrir a porta da sala e sair bufando. Estava completamente fora de si. Bateu a porta com força, não olhou para trás e nem mesmo se preocupou com o barulho. 

A raiva transbordante de Jin Ho só me deixou mais fascinada e curiosa sobre ele. Existe um mistério que precisa ser desvendado, isso estava claro. E parte de mim já sabia que as respostas poderiam ser encontradas se nós dois continuássemos bem próximos um do outro. 

Kim Jin Ho. Preciso insistir e continuar, passo a passo, mesmo que seja perigoso. Fique certo de que eu vou descobrir o grande mistério que existe entre nó dois. Pode esperar. 

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Curiosidades:

//O nome dos personagens principais existe na vida real?

Há algumas semanas atrás, eu estava olhando o site viki.com quando de repente me deparei com um MV de um cantor chamado Kim Jin Ho. A primeira vista eu não acreditei que fosse realmente o mesmo nome do meu protagonista, mas era sim, exatamente o mesmo nome! Que coincidência, não?
Tae Hee é um nome bastante comum na Coreia, então provavelmente exista alguma Yoon Tae Hee na vida real também rsrs.






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