Páginas

sábado, 24 de maio de 2014

Fanfic (continuação) - True Love of Mine

Olá pessoal! Como estão?

Hoje eu venho trazendo a continuação da fanfic True Love of Mine. Infelizmente não tive tempo para escrever muito, pois além de uma semana atribulada com muitos projetos da faculdade e do curso (e pesquisas de campo), eu ando um pouco "travada" quando o assunto é escrever. Acho que isso se deve ao fato de que faz muito tempo que eu não leio um bom livro (que não seja didático kkkk) e por isso meu vocabulário está muito pobre e a inspiração muito escassa. Sinto falta de ler um bom romance ou uma boa história de aventura. Recentemente até baixei o livro "O chamado do cuco" (escrito por J.K Rowling sob o pseudônimo de Robert Galbraith) para ler, só preciso arrumar um tempinho e, como vocês já estão fartos de saber, esse "tempinho" está quase impossível de se conseguir rsrs

Bom, mas vamos ao que interessa!

Confiram a continuação da história a seguir:



Capítulo 7

Um cenário estonteantemente belo, composto por uma linda paisagem montanhosa. O Castelo que seria utilizado para as filmagens da novela medieval era um patrimônio histórico do país. Depois de muita burocracia, tantos papéis e acordos assinados, finalmente a permissão para gravar num local tão antigo e importante foi concedida.

Os figurantes e atores coadjuvantes estavam experimentando o figurino medieval. Vestidos longos, cheios de camadas, corseletes e lindas joias para as mulheres. Batas, sobretudos, botas e armaduras para os homens.

No entanto, o melhor ainda estava por vir. Clara entrou no cenário com um vestido de camponesa meio velho e desbotado, porém, apesar dessa aparência de “gata borralheira”, nada era capaz de ofuscar o seu brilho e sua imponência. Com os cabelos longos e castanhos, e um lindo rosto dotado de uma beleza invejável, Clara se destacava dentre todas as belas mulheres que circulavam por ali. João, por sua vez, apareceu no cenário logo em seguida, com os cabelos negros caídos sobre os ombros, vestindo uma roupa de príncipe medieval muito elegante, além de uma capa preta que lhe dava um ar de mistério e encantamento.

Após todos os preparativos e ajustes, True Love of Mine começou a ser filmado às 6 da manhã, e essa primeira filmagem só terminou à meia noite.

Primeiro episódio - Música de Abertura 



Num humilde povoado da Inglaterra dos anos de 1400, nasce uma linda menina. Filha de escravos condenados à morte por tentativa de fuga, logo após ter nascido, a pequena bebê é arrancada dos braços da mãe e levada para longe, e em seguida é vendida para o chefe dos camponeses que trabalhava no castelo do Rei Henrique V. 

A ela foi dado o nome de Lilian, que cresceu nos arredores do castelo, chamando o homem que a criou de pai. 

De vez em quando, a pequena menina, de sete anos de idade, largava seus afazeres domésticos e observava de longe um menino montado num cavalo, sempre sorridente e feliz, brincando com seus amigos no jardim do castelo. Quando ela tentava se aproximar dele, seu pai sempre a impedia, dizendo que aquele garoto pertencia a um mundo diferente do mundo ao qual ela pertencia, pois crianças como ele não precisavam se preocupar se teriam comida na mesa no dia seguinte. Esse garoto era um príncipe, herdeiro do trono, abençoado por Deus, que seria incumbido de realizar a tarefa mais difícil quando se tornasse um homem crescido.

Num certo dia, Lilian percebeu um movimento estranho dentro do castelo. Todos estavam muito exaltados e, de repente, o garoto que ela sempre observava saiu do castelo muito apressado, acompanhado de uma mulher e de outros servos, que carregavam alguns baús. Todos entraram em carruagens e foram embora, como se estivessem fugindo de algo ou de alguém. 

Depois desse dia, Lilian nunca mais viu o garoto. Porém, ela sempre pensava nele, relembrava os momentos em que ela deixava seus afazeres domésticos, subia num banquinho e olhava por cima de uma pequena mureta, e sempre o via lá, correndo, brincando, sorrindo. Se os anjos do céu realmente existissem, eles seriam como aquele garoto, radiante e livre de preocupações. Mas para onde ele teria ido? Se ele era realmente o príncipe herdeiro do trono, por que fugiu de sua própria casa?

Quinze anos se passaram...

Aos 22 anos de idade, Lilian se tornou uma bela jovem, porém muito maltratada pela vida dura que levava. Ajudava o pai na lavoura de cevada, lavava roupa na beira do riacho, cozinhava para seu pai e seus sete irmãos mais novos e dormia num celeiro de galinhas. Muitas vezes, acabava se alimentando das sobras de comida que vinham do castelo.

Em uma de suas idas até o riacho para lavar roupa, enquanto esfregava e torcia as roupas encardidas de seus irmãos, Lilian viu uma carruagem dourada se aproximando do castelo. A carruagem brilhava tanto que a jovem não conseguia olhar para ela diretamente.

Lilian deixou as roupas molhadas na beira do riacho e resolveu correr em direção ao castelo, seguindo a luz ofuscante que vinha da carruagem dourada. Escondeu-se atrás da pequena mureta onde ela sempre observava o príncipe quando era pequena, e de lá, viu uma pessoa saindo da carruagem e entrando no castelo. Era um homem, no entanto, ela não pôde ver seu rosto. Quem seria ele?

Lilian estava morrendo de curiosidade. Algo em seu coração dizia que ela precisava ver o rosto desse homem. Então, ela não se conteve e resolveu correr até os fundos do castelo. Entrou lá, passando por uma enorme cozinha, onde os criados se assustaram e gritaram “intrusa”. Lilian não se importou e continuou correndo até um grande salão. Só ali finalmente se deu conta da loucura que estava cometendo. 

Ao olhar para toda aquela amplidão, beleza e elegância, Lilian percebeu que acabara de assinar sua sentença de morte como uma invasora do castelo. Retrocedeu. Porém, quando olhou para trás, viu que os criados corriam em sua direção, preparados para agarrá-la e prendê-la nas masmorras.

Desesperada, a jovem resolveu buscar outra direção para fugir. Olhou para a esquerda e viu uma escada. Quando os criados chegaram ao enorme salão, a intrusa já havia desaparecido.

Lilian subiu as escadas como se estivesse pisando em ovos. Ela não poderia fazer nenhum barulho, pois qualquer movimento em falso denunciaria sua localização.

Chegou num quarto escuro, tateou o lugar até que bateu sua perna num criado-mudo. Apesar de ter tapado a boca quando o grito involuntário de dor saiu de suas cordas vocais, o som acabou se espalhando pelo ambiente, e logo em seguida, a jovem percebeu outro movimento estranho dentro do quarto. Alguém havia se levantado da cama e caminhava na direção oposta (porquê?), até que finalmente uma luz forte entrou dentro naquele lugar. Lilian se deu conta que estava condenada, pois uma pessoa havia aberto as cortinas da janela.

-Quem está aí? – perguntou uma voz masculina.

Lilian não respondeu, apenas ficou estática. No entanto, a luz solar que entrou pela janela revelou seu rosto para o homem que estava ali. Para ele, aquele era o rosto de uma bela jovem. E ela brilhava, mesmo vestida em trapos velhos e com os pés descalços, aquela jovem mulher radiava uma luz que vinha de sua alma.

-Perdão senhor, eu entrei neste quarto por engano! Estou me retirando agora mesmo! –falou Lilian, com uma voz trêmula de tanto medo.

-Espere! Antes de ir, me responda! Quem é você? –Insistiu o rapaz, aproximando-se cada vez mais da jovem.

Quando o rosto do rapaz finalmente foi atingido pelo feixe de luz solar que entrava pela janela, Lilian pôde enxergá-lo com mais nitidez, e suas feições eram muito familiares.

-Você é aquele garoto? Não é? –perguntou ela.

-Garoto? Que garoto? E você, ainda não me respondeu quem é! –falou o rapaz de um jeito impaciente.

-Sou apenas uma humilde serva que entrou em seu quarto por engano... Perdoe-me majestade... –respondeu ela, e em seguida fez uma reverência como um gesto de respeito ao príncipe.

-Serva? –perguntou ele, desconfiado, e a olhou da cabeça aos pés, percebendo que talvez ela estivesse dizendo a verdade.

Lilian olhou para baixo e percebeu que seus pés encardidos haviam sujado o chão dos aposentos do príncipe.

-Oh meu Deus! O que eu faço agora? Por favor, me perdoe majestade! Eu acabei sujando o seu quarto! 

O príncipe soltou um suspiro de indignação.

-Você está mesmo tão preocupada com isso? Os pés não são o mais importante? Você por acaso não tem nenhum calçado? –perguntou ele, um pouco sério demais.

-Não majestade, eu não tenho... Mas isso não importa, eu já estou acostumada a ficar descalça, os meus pés já estão tão calejados que eu nem sinto mais dor quando piso numa pedra afiada! – respondeu ela, meio desconcertada.

De súbito, Lilian sentiu seus pés saírem do chão. O príncipe a colocou em seus braços e a levou até a cama, onde a sentou ali.

-O que está fazendo? Sua cama vai ficar suja! Eu não posso sentar na sua cama! –falou Lilian, enquanto tentava se levantar e o príncipe a empurrava de volta.

O rapaz tirou um lenço de seu bolso e começou a limpar os pés de Lilian.

-Majestade! O que está fazendo? Seu lenço vai ficar imundo! –reclamou ela, muito surpresa.

-Não se preocupe, depois você mesma se encarrega de lavar esse lenço. – disse ele sorrindo.

-Eu? Mas eu não trabalho aqui... Quer dizer... Eu... Eu... Trabalho aqui, mas eu não...

-Você parece nervosa, qual o problema?

Lilian olhou para ele e soltou um suspiro trêmulo. Tomou coragem e finalmente confessou:

-Príncipe... Eu não trabalho aqui dentro do castelo, na verdade, eu... Eu trabalho nos arredores do castelo, sou uma das servas responsáveis pela lavoura de cevada... E essa é a primeira vez que entro aqui... Eu... Não tenho permissão para estar dentro do castelo, mas eu fiquei curiosa e... Sinto muito, por favor, não deixe que eles me matem!

O príncipe apenas não deu atenção para as últimas palavras de Lilian. Encarou-a e sorriu:

-Uma jovem tão bonita trabalhando na lavoura de cevada? Isso é inaceitável! –resmungou ele.

Lilian ficou surpresa.

-Você não ouviu o que eu acabei de dizer sobre...?

-Por que eles iriam matar você só por ter entrado no castelo? Isso é uma piada!

-Mas... Majestade, essa é a lei! Se eles me encontrarem aqui, vão me acusar de invasão e até podem achar que eu estava tentando roubar alguma coisa do castelo! Eu não tenho permissão para entrar aqui! Eles vão cortar a minha cabeça se me pegarem!

De repente, ouve-se um barulho de pés subindo às escadas, então, a porta do quarto se abre e um servo acompanhado por três guardas segurando lanças entram nos aposentos do príncipe.

-Majestade, viemos prender essa invasora! –disse o serviçal, que apontou o dedo para Lilian e deu ordens para os guardas capturarem-na.

Os três guardas se aproximaram de Lilian rapidamente e seguraram os braços da jovem, levantando-a da cama á força e tirando-a de onde ela estava sentada.

-O QUE PENSAM QUE ESTÃO FAZENDO? –gritou o príncipe, furioso. –ISSO NÃO É JEITO DE SE TRATAR UMA DAMA!

-Mas Sua Majestade, ela é uma invasora! Quem sabe o que essa imunda estava tentando roubar, ou até mesmo, sabendo que o senhor está de volta, ela pode ter sido mandada pelos inimigos do rei, no intuito de prejudicá-lo!

-O que você está insinuando? Que eu entrei aqui para tentar matar o príncipe? –perguntou Lilian, sentindo-se ofendida.

-Saiam já daqui! – ordenou o príncipe.

-Mas... Majestade... –insistiu o servo.

-SAIAM DAQUI AGORA! ISSO É UMA ORDEM! –gritou o príncipe, transtornado.

O servo e os guardas acataram a ordem, saindo do quarto silenciosamente.

-Majestade... –Lilian estava muito confusa com os atos inesperados do príncipe.

-Não se preocupe, ninguém vai tocar num fio de cabelo seu... –disse ele, olhando nos olhos dela.

-Porque está fazendo isso? Eu sou apenas uma serva...

-De agora em diante você será a MINHA serva! Deixe a lavoura de cevada e todos os outros afazeres que você tinha! Pois agora você se dedicará inteiramente a mim! –ordenou ele, com um sorriso animado no rosto.

-Eu? Mas... Porque eu? –perguntou ela, enquanto o príncipe a levava de volta para se sentar na cama.

-Eu sou o tipo de pessoa que acredita no destino... E eu acho que se você apareceu aqui no meu quarto, isso significa que você foi dada de presente para mim! 

-E-e-e-e-eu... O quê? –gaguejou Lilian, completamente envergonhada com as palavras ditas pelo príncipe.

-Estou brincando! –Ele sorriu, percebendo o rosto corado de Lilian. –Eu acabei de chegar de uma longa viagem, e agora preciso de serviçais... Já que você está aqui, por que não se torna minha serva? A não ser que você goste muito de trabalhar nas lavouras de cevada...

-Não! Eu não gosto! – falou ela um pouco exaltada, e percebeu que estava sendo sincera demais. – Quer dizer... Eu... Eu acho que vou gostar muito mais de trabalhar dentro do castelo como sua serviçal...

-Ótimo! Fico feliz que você também esteja de acordo! Vou imediatamente falar com o chefe dos serviçais e dizer para ele que você é minha serva e só obedecerá as minhas ordens! – continuou o príncipe, muito animado.

No fim do dia, Liliam conversou com seu pai e disse a ele que a partir daquele momento ela seria a serva do príncipe. O velho ficou muito surpreso, disse que era um milagre e que ela estava sendo abençoada pelos anjos.

As coisas pareciam estar mudando da água para o vinho na vida de Lilian. No entanto, a jovem estava começando a se preocupar com as consequências dessa mudança. Enquanto trazia sua trouxa de roupa para dentro do castelo, o príncipe parecia estar esperando-a. Ele acenou com um sorriso gentil no rosto, e a acompanhou até os aposentos dos serviçais.

-Bom, aqui será o seu novo quarto! E pode ter certeza que esse é o melhor quarto de serviçal desse castelo! –disse o príncipe.

Lilian observou o lugar com uma expressão admirada. Era um quarto muito maior do que ela imaginava, e o melhor de tudo: Era limpo e não tinha odor de fezes de galinha.

-É maravilhoso! Mas... Eu acho que isso é um pouco demais para uma serva como eu! –disse ela, um pouco preocupada.

-Bobagem! Sinta-se à vontade! Essa é a sua nova casa! –disse ele.

Os dois se entreolharam por um momento e então o príncipe se deu conta de que havia se esquecido de algo muito importante:

-Oh! Como eu pude me esquecer disso? Seu nome... Eu nem sei o seu nome... 

-Lilian... Meu nome é Lilian... –disse a jovem, com um pequeno sorriso encabulado no canto na boca.

-Muito prazer Lilian, eu me chamo Amis, príncipe Amis. Sou filho bastardo do Rei... -ele fez uma pequena pausa, desviou o olhar e depois continuou, com a voz um pouco trêmula. -Minha mãe era uma serva, assim como você... –falou ele, e seus olhos pareciam emanar tristeza ao dizer tais palavras.

Lilian pareceu bastante surpresa com as palavras tão sinceras do príncipe. Por um momento, tudo indicava que não haviam barreiras entre os dois, eles eram como iguais. Porém, numa época tão atribulada como aquela, isso seria impossível de se conceber.


Fim do primeiro episódio - Música de encerramento.





Nenhum comentário:

Postar um comentário